Servidores públicos de diversas áreas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) paralisaram as atividades nesta terça-feira (23). Eles compareceram em bom número a uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de BH. No encontro, cobraram à PBH a apresentação de uma proposta em resposta às reivindicações já repassadas ao Executivo. O secretário de planejamento, Leonardo Paolucci afirma que uma reunião será feita com os sindicalistas até o fim desta semana.
A paralisação foi deliberada durante assembleia ocorrida na última quinta-feira (18), onde foi tirado um indicativo de greve para o próximo dia 30. Essa interrupção das atividades seria por tempo indeterminado.
Os sindicalistas alegam que a receita líquida da prefeitura cresceu quase 150%, entre 2009 e 2012, contra um aumento médio de salários de 18%. O gasto com pessoal da PBH corresponderia entre 37% e 42 %. “Além dos salários, precisamos do compromisso, da definição de uma data-base e de uma política salarial previamente estabelecida, para que não tenhamos que todo ano fazer greve. Nós não fazemos greve porque a gente quer. Nós queremos é negociar, é que nossas reivindicações sejam aceitas”, disse Célia de Lelis, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) . De acordo com a Lei de Responsabildiade Fiscal, a PBH pode direcionar até 54% de sua receita líquida para pagamento de pessoal.
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de nota, explicou que diversos reajustes foram dados às categorias, constantemente maiores que a inflação do período. De 2007 a 2012, os servidores tiveram um reajuste médio de 55,92%, sendo que a inflação acumulada no mesmo período representou 39,83%, conforme dados do município. O Executivo alega ainda que novas vagas foram abertas para suprir a demanda, com 18 concursos realizados e 4.487 postos criados, um aumento de 10% no número de servidores. Ainda isso, benefícios foram reajustados e parte dos funcionários têm plano de carreira, o que gera ganhos proporcionais ao tempo de casa e premiações por quinquênios. Concluindo a nota, a PBH afirma que quaisquer tentativas de paralisação prejudicariam o atual andamento da negociação e fecharia os canais que estariam abertos.