Sete candidatos são presos por fraude em vestibular de medicina em Uberaba

Danilo Emerich - Hoje em Dia
Publicado em 07/12/2014 às 16:03.Atualizado em 18/11/2021 às 05:18.
Mais uma fraude em vestibulares de Minas Gerais foi descoberto pela Polícia Civil. No fim da tarde deste sábado (6), sete candidatos para o curso de medicina, da Universidade de Uberaba (Uniube), no Triângulo Mineiro foram presos, durante a operação “Colateral”.
 
A ação foi coordenada pelo delegado Luiz Tortamano e pela delegada Amanda Millie, que colocaram policiais civis disfarçados como fiscais de prova, dentro das salas, durante a aplicação das avaliações.
 
Segundo Tortamano, os candidatos foram detidos quando, todos, simultaneamente às 18h, pediram para ir ao banheiro. No local, eles tentaram acessar as respostas da prova por um celular escondido nas roupas íntimas, mas foram surpreendidos pelos policiais civis.
 
O gabarito foi passado, minutos antes, por um membro da quadrilha, chamado de “piloto”. Esta função é dada, normalmente, para uma pessoa de alto nível intelectual, que faz a prova mais rápido que os candidatos habituais.
 
Os candidatos alegaram que teriam pago R$ 10 mil de entrada para o grupo responsável pela fraude e desembolsariam mais R$ 40 mil, se o golpe não fosse descoberto. “Trata-se de uma quadrilha de São Paulo, da região de Fernandópolis, que repassaria o gabarito pelo celular, por meio de uma mensagem codificada”, explicou o delegado.
 
Todos os presos foram ouvidos e depois liberados após pagamento de fiança, sendo R$ 5 mil para cada um. Eles responderão pelo crime de fraude em certame de interesse público, previsto no Artigo 311-A do Código Penal Brasileiro. Tortamano informou que a Uniube sabia da investigação, apoio na operação e o vestibular não será cancelado em função das prisões.
 
Os candidatos presos são elas: G.M.T., 19 anos, de Itabatinga-SP; R.M.T., 19 anos, Aparecida do Taboado-MS; T.S.F., 30 anos, Sudimenuci-SP; P.H.R.S., 23 anos, Conceição das Pedras-MG; R.C.B., 24 anos, Umuarama-PR; D.V., 21 anos, de Itápolis-SP; R.M.T., 23 anos, de Tabatinga-SP.
 
O delegado Luiz informou que ninguém da quadrilha foi preso ainda, que é diferente dos acusados presos durante a Operação Hemóstase II, no mês passado. A investigação foi iniciada há dois meses. Os integrantes do grupo agem em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Brasília (DF), desde 2013.
 
A operação foi denominada como operação “Colateral”, pois o “remédio” utilizado pelos “futuros” médicos não teve o efeito desejado por eles.
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