Zona da Mata

Sete PMs são denunciados por agressões em abordagem ocorrida em agosto em Juiz de Fora

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojeemdia.com.br
21/11/2022 às 18:22.
Atualizado em 21/11/2022 às 18:31

Sete policiais militares foram denunciados por agressões e abuso de autoridade que teriam sido praticados em abordagem ocorrida em agosto deste ano em Juiz de Fora, na Zona da Mata. O caso foi registrado no dia 14 desse mês, no bairro Vila Esperança II.

O alvo da abordagem eram quatro rapazes. Eles teriam sido agredidos com arma de choque, disparo de bala de borracha no rosto e até por um pneu, que um dos policiais teria jogado no rosto de um dos abordados. Familiares das vítimas que saíram de casa para tentar impedir a situação também teriam sido agredidos.

Câmeras de segurança instaladas na vizinhança registraram a ação. Confira:

A denúncia contra os sete policiais foi apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Juiz de Fora, e pede a exclusão dos militares das ações nas ruas do bairro Vila Esperança II, pela "animosidade criada pelos réus e devida à repercussão das ações policiais na comunidade".

Segundo o MPMG, durante as investigações, o caso foi levado à Ouvidoria Geral do Estado para verificar se a ação estava de acordo com as normas da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).

A Corregedoria da PMMG também foi questionada sobre o assunto. De acordo com o Ministério Público, o comandante afirmou que o inquérito concluiu pela "inexistência de irregularidades na ação dos militares".

Porém, o entendimento da promotoria foi diferente. Com base nas imagens, o MPMG decidiu que as quatros vítimas, sem que apresentassem ameaça, foram abordadas de maneira extremamente truculenta pelos policiais que estavam em duas viaturas.

Exame de corpo delito revelou que ao menos um rapaz sofreu lesões no rosto, abdômen e dorso.

Enquanto uma das vítimas era segurada por três PMs, um dos militares teria atirado no rosto dela com uma espingarda de borracha. Em seguida, outro militar a teria atingindo com um pneu, também no rosto. "Inexiste autorização para arremesso de pneu ou objeto contra pessoa abordada pela PM, ainda mais no contexto em que três militares realizavam a intervenção”, disse o MPMG.

Ainda de acordo com a promotoria, o mesmo PM que efetuou o disparo foi quem registrou o boletim de ocorrência e, sem saber que tudo havia sido filmado, teria mentido no documento policial. "Para justificar a operação, inseriu e alterou a verdade sobre fato juridicamente relevante no documento público, sem perceber que a ação estava sendo registrada em câmera de segurança instalada na vizinhança".

Os sete policiais envolvidos vão responder por diversos crimes, incluindo lesão corporal grave, abuso de autoridade e falsidade ideológica.

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