Insumos vencidos para diagnóstico e tratamento de pacientes teriam sido usados no Hospital Eduardo de Menezes, na região do Barreiro, em BH, e que é administrado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). O motivo desse problema seria a compra de materiais em quantia superior à demanda, o que resultou na perda da validade.
As denúncias foram apresentadas pela Associação dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg) e pelo Sindicato do Profissional de Enfermagem, Auxiliar de Apoio da Saúde, Técnico Operacional da Saúde, Analista de Gestão e Assistência à Saúde (SindPros). A Fhemig nega.
Segundo a diretora do SindPros, Flávia Melo, foram comprados quase 600 kits de exames de cultura urinária. O hospital, no entanto, usa uma média de 15 a 20 por mês, revela a diretora. "Foi uma quantia 10 vezes maior do que precisava", denuncia.
Em imagens enviadas pelo sindicato ao Hoje em Dia, é possível ver tampas do exame descartadas no lixo com validade de 18 de março. Também há caixas de kits de Policimbac, usado em pacientes com multirresistência bacteriana, com fabricação em 8 de outubro de 2021 e validade de quatro meses (fevereiro deste ano).
"O paciente pode ter um falso teste negativo. Ele pode apresentar um alto grau de infecção e dar um falso negativo. É um prejuízo total", afirma Flávia Melo.
Em nota, o sindicato garante ter se reunido com a direção do hospital para tratar das denúncias. "Quando questionada sobre a situação, (a direção) respondeu que a própria a Fhemig autoriza a prática. Grande parte (dos insumos) continua sendo utilizada mesmo não sendo apropriada", afirma a diretora do SindPros.
O que diz a Fhemig
Em nota, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais nega as denúncias e afirma que "todas as compras são baseadas na série histórica de consumo". 'Ressaltamos, ainda, que são observadas todas as possibilidades de uso racional e otimização dos recursos disponíveis. A diretoria hospitalar do Hospital Eduardo de Menezes desconhece contato realizado por sindicato e nega veementemente que tenha sido recomendado uso de materiais vencidos", afirma a fundação.
"Em janeiro desse ano, foi realizada auditoria documental do laboratório do Hospital Eduardo de Menezes (HEM) e não foi encontrada nenhuma inconformidade. Essas auditorias são permanentes e constantes", completa a nota.
A Fhemig diz, ainda, que as unidades seguem "procedimento operacional padrão para controle de qualidade de insumos comerciais, de acordo com Resolução".
Leia mais: