Sisu força mudança no estudo de candidatos a vaga na UFMG

Raquel Ramos - Hoje em Dia
21/03/2013 às 07:32.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:06
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

Mais rigorosa e democrática. Assim deve ficar a seleção de alunos para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), após a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como única etapa para ingresso na instituição, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Segundo especialistas, o novo método de avaliação, anunciado na terça-feira, exigirá adaptações de professores e estudantes.

“Antes, o candidato tinha que dividir o tempo para se preparar para as duas fases do vestibular. Agora, toda a atenção estará voltada apenas para o Enem”, afirma a diretora pedagógica do Colégio e Pré-Vestibular Soma, Eliane Fonseca.

Mas isso não significa que entrar na UFMG ficará mais fácil. Sem precisar passar pela “peneira” da prova aberta, a quantidade mínima de pontos necessários no Enem deve aumentar consideravelmente.


Temor

O principal temor dos alunos, porém, é outro. “A mudança abre a possibilidade de estudantes de outros Estados tentarem uma vaga aqui. Antes, eles não fariam isso porque teriam que viajar para a segunda etapa”, opina Ingrid Pellegrini, de 17 anos, que deseja cursar Química Tecnoló-gica.

A experiência de outras faculdades que adotaram o Sisu, no entanto, mostra o contrário. Até hoje, apenas na Universidade Federal do Rio de Janeiro houve um crescimento significativo do número de candidatos por vaga.

“Como os alunos só podem optar por concorrer em até duas faculdades, são poucos os que moram em outros lugares do Brasil que darão preferência para a UFMG”, aposta Rafael Luiz Santos, diretor de relacionamento da empresa Educação, Inovação e Tecnologia, que presta consultoria para instituições de ensino.


Tendência

Mesmo com as críticas, ele avalia que a UFMG está apenas seguindo uma tendência nacional. Prova disso é que as principais universidades mineiras – como Ouro Preto, Lavras, Viçosa e Juiz de Fora – adotaram o Sisu há mais tempo. No país, 101 instituições públicas e privadas trocaram o vestibular pelo sistema, diz o MEC.

“O Enem ainda tem muitas falhas a serem corrigidas, mas a proposta da prova é muito bacana. Hoje, de pouco adianta dominar uma área e ter pouco conhecimento sobre outras. As universidades buscam pessoas com conhecimento de mundo, e isso é cobrado nas questões do exame”. (Com Pedro Rotterdan)

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