O posicionamento favorável da Prefeitura de Nova Lima com relação ao tombamento da Serra do Souza dá início a uma queda de braço entre o município e a Odebrecht. Enquanto a empresa busca autorização para ampliar o loteamento do Vale dos Cristais, a prefeitura e o Ministério Público vão tentar provar a inviabilidade do projeto. O impasse ameaça a preservação da serra, às margens da MG-030.
A área, pleiteada pela construtora para abrigar prédios residenciais, pertence à Odebrecht. Como a justificativa para barrar o empreendimento é o prejuízo ao paisagismo natural, a decisão teria que partir de ambas as partes. Isso porque os limites que serão levados em conta para o tombamento da Serra do Souza incluiriam os domínios da construtora.
Somente um consenso entre prefeitura e empresa pode garantir que a região seja preservada. “O impacto visual do empreendimento não permite que ele coexista à criação de uma área protegida. Por isso, espero que o órgão ambiental deixe para se posicionar sobre o loteamento só depois da delimitação para o tombamento”, afirma a promotora de Justiça de Nova Lima, Andressa Lanchotti.
Pressão
Para garantir a espera por parte do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), a promotora enviou, ontem, um ofício ao órgão comunicando a posição tomada pela prefeitura diante da recomendação do MP. Não há prazo determinado para um posicionamento do Copam sobre o loteamento.
Em nota, a assessoria da Odebrecht informou que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a intenção de tombamento da Serra do Souza. A administração do Vale dos Cristais alega que, “por esse motivo, ainda não pode se posicionar sobre o assunto, até conhecer mais detalhadamente a questão”.