Tragédia

'Só quero me lembrar dos bons momentos com a minha mãe', conta filha de vítima atropelada em BH

Lucas Sanches
@sanches_07
15/02/2022 às 12:51.
Atualizado em 15/02/2022 às 13:33
Eliane e Márcio com as filhas (Divulgação/Arquivo Pessoal)

Eliane e Márcio com as filhas (Divulgação/Arquivo Pessoal)

Desolada e ainda sem entender como tudo pôde acontecer, a família de Eliane Campos, de 56 anos, agora procura uma forma de recomeçar. A comerciante morreu na porta de casa, atropelada por um motorista com suspeita de embriaguez, na rua Jacuí, no bairro Ipiranga, região Nordeste de Belo Horizonte, na madrugada desta terça-feira (15). 

Eliane voltava para casa após sair para lanchar com o marido, Márcio Santos, de 58 anos, no dia de folga do casal, que administra um bar há poucos metros de onde mora a família. Ao atravessar a rua Jacuí, eles se depararam com uma senhora, de aproximadamente 60 anos, que parecia desorientada, e tentaram ajudá-la. Nesse momento, o pior aconteceu.

Um carro que fugia de uma blitz na avenida Cristiano Machado entrou na rua em alta velocidade, e bateu em outro veículo que fazia conversão da rua Wilson Modesto Ribeiro. Sem controle da direção, o motorista atingiu as três vítimas, que estavam no passeio. Eliane morreu no local; a idosa não identificada foi levada ao hospital com ferimentos graves; e Márcio teve uma luxação no tornozelo, mas já se recupera em casa. Um poste de iluminação também foi atingido, e impediu que o carro capotasse, mas não houve danos à estrutura.

Enquanto mostrava imagens da mãe em momentos de diversão com a família, Gabriela Campos, de 32 anos, ainda não conseguia entender. Ela conta que recebeu uma ligação pouco depois das 0h, e assim que soube do acidente, foi para a casa dos pais. Muito emocionada, ela apenas lamentou a perda, e só consegue se lembrar "da alegria e disposição que a mãe tinha todos os dias".

Amigo da família, o auxiliar de cozinha Francisco Duarte diz que ouviu um barulho muito alto na hora do acidente, mas só descobriu do que se tratava nesta manhã.

"Não nos deixaram chegar perto, então só pude saber agora. É revoltante como isso aconteceu, todos da região conheciam a Eliane, e frequentavam o bar onde trabalhava com o Márcio. Estamos muito abalados", desabafou.

Ainda na rua Wilson Modesto Ribeiro, o carro de Márcio continua estacionado, no mesmo lugar em que foi deixado quando o casal chegou em casa, minutos antes do acidente.

Habilitação suspensa e suspeita de embriaguez

De acordo com a Polícia Militar, Leandro Coelho de Matos, de 43 anos, que dirigia o veículo, estava com sinais claros de embriaguez, com "andar cambaleante, fala desconexa e hálito etílico". Ele contou aos militares que desrespeitou a ordem de parada na blitz porque estava com a habilitação suspensa, e já tinha entregue o documento ao Detran para cumprir a suspensão. 

O homem ainda se recusou a fazer o teste do bafômetro, e foi preso em flagrante. O carro que ele dirigia foi rebocado ao pátio do Detran.

Segundo a Polícia Civil, o motorista foi ouvido na Central Estadual do Plantão Digital, "e autuado em flagrante por homicídio culposo e lesão corporal, ambos qualificados pela embriaguez, além de violação de suspensão da habilitação e desobediência". A corporação ainda acrescentou que ele estava acompanhado do advogado, e só vai prestar declarações em juízo.

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