Subiu para quatro o número de casos do fungo Candida auris em Belo Horizonte. A idade e o sexo dos pacientes não foram informados. Um deles segue internado no Hospital João XXIII.
Outras 24 pessoas aguardam o resultado de exames. Todas tiveram contato com os infectados. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e Fundação Hospitalar de Minas (Fhemig).
Conforme as pastas, 39 pacientes foram testados até o momento:
- 4 confirmados
- 2 negativados que permanecem internados
- 9 negativados que já receberam alta
- 24 que aguardam o resultado dos exames
Os exames são feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Fundação Ezequiel Dias (Funed). A Secretaria Municipal de Saúde de BH acompanha a situação.
Conforme a Fhemig, o fungo tem alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele. Assim, é de fundamental importância a prevenção de contato com casos suspeitos, sendo que esses leitos são mantidos isolados.
Ainda conforma a Fundação, o João XXIII tomou todas as medidas de controle e manejo necessárias para proteção dos demais pacientes e profissionais da unidade, como higienização das mãos, medidas de precaução de contato (uso de luvas e avental) dos casos suspeitos e testes para detecção de novos casos.
Saiba mais sobre o 'supergungo'
O fungo Candida auris é resistente a medicamentos, de fácil contágio e difícil diagnóstico. Outros casos já foram confirmados no país. Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a levedura – tipo de fungo que possui apenas uma célula – causa grande preocupação às autoridades sanitárias por ser resistente à maioria dos fungicidas existentes.
Os organismos do reino Candida são velhos conhecidos da população. Eles causam infecções orais e vaginais bastante comuns nos seres humanos, as candidíases, que são combatidas com fungicidas vendidos em qualquer farmácia.
No caso da candida auris, porém, as infecções têm se mostrado extremamente difíceis de curar. A espécie produz o que os cientistas chamam de biofilme, camada protetora que a torna resistente ao fluconazol, à anfotericina B e ao equinocandinao, três dos principais compostos antifúngicos.
A espécie é capaz também de infectar o sangue, levando a casos agressivos e muitas vezes letais. O patógeno também é difícil de identificar, podendo ser confundindo, em laboratórios, com outras espécies de Candida.
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