Sobe para 60 número de animais vítimas da tragédia de Brumadinho resgatados

Bruno Inácio
Publicado em 31/01/2019 às 21:23.Atualizado em 05/09/2021 às 16:20.

Pelo menos 60 animais já foram recolhidos pela equipe de resgate composta por profissionais contratados pela Vale, voluntários e integrantes das forças de segurança que atuam em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dois Hospitais de Campanha e um ponto de apoio estão sendo usados como base para as vítimas.

São seres de diversas espécies, tanto selvagens como domésticos. A maioria não ficou presa à lama, e sim, encontrada perdida entre os imóveis e escombros.

A cidade foi palco do rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale. Até a tarde desta quinta-feira (31), sétimo dia de buscas, 110 pessoas haviam morrido. Outras 238 estão desaparecidas.

A instalação principal do Hospital de Campanha foi montada em uma fazenda, na Comunidade de Pedra Lisa, em Brumadinho. A médica veterinária Mirella Lauria D’Elia, responsável pelo hospital, explicou que os bichos estão sendo levados para lá em função logística e de segurança. “Nós estamos em uma área fora da área de risco, entre o Córrego do Feijão e Upa, que são duas unidades nossas que estão atuando como apoio”, explicou.

A maioria dos pacientes são cachorros, mas também foram resgatados animais de grande porte, como bois e vacas, e silvestres, como aves e um cágado.

Segundo Mirella, mais de 50 pessoas compõem mini-equipes com diferentes especialidades que tem cuidado das etapas do atendimento. “Todos os animais provenientes, sejam os resgatados por civis ou pelas nossas equipes são triados, são medicados. Se houver algum quadro crítico que necessite de alguma estrutura nós temos intensivistas”, concluiu.

No Hospital, foram montados canis e aviários, além de espaços reservados aos bois. Um ônibus que funciona como sala cirúrgica também faz parte das instalações. O aluguel do espaço, pela Vale, será por, no mínimo, seis meses.

Monitoramento

Mesmo com a equipe contratada pela Vale, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MG) está monitorando as atividades de busca e atendimento hospitalar. Membro da Comissão de Desastres do CRMV-MG, a veterinária Laisa Gomes tem coordenado as buscas na região atendida pela lama, de forma voluntária.

“Temos feito um mapeamento aéreo diário para localizar as áreas ideais para a equipe descer e resgatar principalmente os animais de grande porte, principalmente bovinos”, contou.

Contudo, alguns bichos estão em locais de difícil localização, em que as equipes de busca podem acabar colocando a própria vida em risco para salvá-los. Neste caso, opta-se por enviar comida e água para o animal, por helicóptero ou, em último caso, sacrificá-los.

“Até o momento dois bovinos e um equino foram eutanasiados. O critério é o bem estar do animal, preservando a qualidade de vida e respeitando as características mentais, físicas e naturais”, disse Laisa.

Após críticas ao procedimento nas redes sociais, o CRMV-MG, defendeu, em nota, as técnicas usadas pelas equipes de resgate. Segundo o órgão, as medidas estão amparadas em procedimentos técnicos e legais adotados no Brasil.

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(Bruno Inácio/Hoje em Dia)

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