Sobrevivente do desastre de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a operadora de máquinas Maria Aparecida dos Santos, de 44 anos, ainda tenta assimilar a tragédia que varreu do mapa a casa em que ela viveu por 13 anos.

Hospedada com o marido e a filha em uma pousada localizada próxima à Faculdade Asa, ela conta que, apesar de estar sendo bem tratada por todos, não vê a hora de retornar à rotina pacata que levava, vivendo em uma residência simples. “Isso aqui não é a minha vida”, diz.

A filha mais velha de Maria Aparecida - Paloma, de 22 anos - chegou a ser atingida pela lama da barragem e foi retirada do local por moradores, minutos depois do rompimento. Ela permanece internada no hospital João XXIII, com fraturas pelo corpo, mas sem risco de morrer.

Já Ana Clara, filha mais nova da mulher, com 8 anos, foi carregada por Maria no momento da fuga e conseguiu escapar sem nenhum arranhão. A menina não fala sobre o episódio e, segundo a mãe, não sabe bem sobre o aconteceu.

O esforço físico para salvar a filha causou em Maria fortes dores na coluna. “Ontem de manhã precisei ser levada para a UPA”, conta a trabalhadora. “Tive que tomar uma injeção para aliviar a dor”, explica.

Sem informações concretas sobre as indenizações que poderá receber, Maria afirma que quer o que lhe é de direito, mas se sente grata por estar em segurança. “Bens materiais podem ir embora. O mais importante é a nossa vida”, conclui.

Confira relato na íntegra:

Na última sexta-feira, o vídeo com o desabafo da operadora de máquinas, gravado pelo Hoje em Dia, tornou-se viral nas redes sociais.

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