Sócios e administradores da 123Milhas se tornam réus em investigação por lavagem de dinheiro
Empresa é investigada desde 2023, quando suspendeu sem aviso prévio aos consumidores pacotes de viagens vendidos
Cinco sócios e administradores da agência de viagens 123Milhas se tornaram réus por suspeita de fraudes a credores e lavagem de dinheiro. o Tribunal de Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado nesta segunda-feira (30).
A empresa é investigada desde 2023, quando suspendeu sem aviso prévio aos consumidores pacotes de viagens vendidos. A suspeita é que a ação tenha gerado um prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos compradores.
Além dos crimes de fraudes a credores e lavagem de dinheiro, os empresários ainda serão julgados por favorecimento de credores e crimes contra as relações de consumo.
Segundo o Ministério Público, investigações indicam que os denunciados, cientes que o total de dívidas já superavam o que a empresa poderia arcar no final de 2022, mantiveram as atividades econômicas em funcionamento para desviar valores milionários das empresas do grupo de forma ilícita, lavar dinheiro e adquirir a Max Milhas com o objetivo de dominar o mercado.
"Os crimes são imputados de maneira dolosa, o que nos faz crer que eles tinham consciência da inviabilidade financeira e eles tinham conhecimento de que não iriam conseguir emitir todas as passagens aéreas que estavam sendo vendidas", afirmou o promotor Rodrigo Storino, em matéria publicada pelo Hoje em Dia no dia 12 deste mês.
Prejuízos a clientes e credores
O MP afirma que os denunciados induziram ao erro mais de 500 mil consumidores, causando um prejuízo superior a R$ 1 bilhão com a venda de produtos da linha Promo. A partir de 2022, a empresa percebeu a inviabilidade da promoção, mas não interrompeu as vendas, descumprindo o prometido.
Os credores da recuperação judicial, mais de 800 mil, também foram prejudicados com fraudes, suportando um passivo superior a R$ 2,4 bilhões.
As penas máximas para os crimes imputados podem chegar a 30 anos de prisão. Além disso, o MP solicitou uma indenização de R$ 30 milhões a ser destinada à sociedade. Os prejuízos individuais dos consumidores serão tratados na justiça especializada.
123Milhas nega qualquer crime
Em nota, o Grupo 123Milhas negou que tenha praticado qualquer crime ou que tenha agido de má-fé contra clientes, parceiros e fornecedores. Veja abaixo nota na íntegra: