Solução viária para o Belvedere fica pela metade

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
08/11/2014 às 07:29.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:56
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

As obras do Portal Sul, que prevêem intervenções viárias para desafogar o trânsito do bairro Belvedere, zona Sul de Belo Horizonte, e facilitar o acesso à Nova Lima, na região metropolitana, não têm previsão de conclusão. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) confirmou que o empreendimento não consta no orçamento da União para 2015, o que inviabiliza a retomada do projeto original.   Inicialmente, estava prevista a construção de uma alça ligando a BR-356 à MG-030, no sentido Rio de Janeiro/Nova Lima, de uma trincheira no sentido Savassi/Nova Lima, e de dois viadutos, nos sentidos Savassi/Nova Lima e Nova Lima/Rio de Janeiro.    Desse planejamento, apenas a alça e a trincheira foram feitas como medidas compensatórias de empreendimentos da região, enquanto o restante, de responsabilidade do poder público, permanece sem data para sair do papel. O Dnit também informou que o projeto executivo das intervenções depende de pequenos ajustes.   Imbróglio   Para quem enfrenta os problemas viários do local todos os dias, a morosidade do processo é motivo de indignação. Segundo o presidente da Associação dos Amigos do Belvedere, Ubirajara Pires Glória, desde 2002, os moradores do bairro reivindicam, sem sucesso, melhorias para o tráfego. A criação do complexo Portal Sul era a esperança de evitar congestionamentos constantes.   “No ano passado, foi assinado um convênio prevendo o repasse de verba do governo federal para o governo do Estado, que executaria as obras. Agora, eles alegam que não têm dinheiro. É só promessa, mas acho que se não podem cumprir, não deveriam prometer”, afirma Ubirajara.   Para quem mora em Nova Lima, o transtorno também é grande. Segundo o diretor-presidente da Associação dos Condomínios Horizontais (ACH) do município, Gustavo Tostes, nem a alça entre as rodovias federal e estadual nem a trincheira atendem mais às necessidades dos motoristas.   “Hoje, elas já estão sobrecarregadas e tão congestionadas quanto o trevo do BH Shopping, porque o volume de carros é muito grande. Vira e mexe nos deparamos com colisões traseiras na região, porque a via permite uma velocidade alta e os congestionamentos começam de repente”, reclama o diretor-presidente da ACH.   Inviabilidade   A construção de alças e viadutos como solução viária nas grandes cidades é, de fato, uma alternativa defasada, na avaliação de especialistas. “Não adianta fazer isso se as pessoas continuarem tendo a necessidade de pegar o carro e ir para o Centro. Seria necessário pensar em rotas alternativas e investir no transporte público, como ônibus comuns, BRT e metrô”, diz o professor de Tráfego Urbano e Projetos de Urbanismo da Universidade Fumec Reginaldo Magalhães de Almeida.      Intervenção da alça ainda está em fase de projeto   Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop/MG) informou que a criação de uma alça Sul, na saída para Nova Lima, depende da elaboração de um projeto de engenharia e que, “em função das restrições impostas pela legislação eleitoral, esse processo não pôde avançar muito nos últimos meses”.   O texto ainda diz que houve uma retomada nas negociações na última quarta-feira, quando a Prefeitura de Belo Horizonte apresentou ao governo estadual a documentação necessária para o estabelecimento de um convênio que permitirá a liberação de recursos para a elaboração do projeto, orçado em R$ 1,3 milhão.   “A área técnica da Setop/MG está conferindo e analisando a documentação apresentada e ainda não há previsão de data para conclusão dessa etapa. A liberação dos recursos dependerá da finalização desse processo e também da disponibilidade de recursos nos cofres estaduais”, finaliza a nota. Tais recursos, porém, seriam repassados pela União, por meio de um convênio com o Estado.    A Secretaria Municipal de Obras de Infraestrutura, que responde pela PBH, nesse caso, foi procurada, mas, até o fechamento desta edição, não havia se manifestado sobre o assunto.

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