Suspeito de matar candidato a vereador em Patrocínio se apresenta à polícia e alega legítima defesa

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 27/09/2020 às 17:20.Atualizado em 27/10/2021 às 04:39.

O secretário de Obras de Patrocínio, no Alto do Parnaíba, Jorge Marra, se apresentou à polícia neste domingo (27). Ele é suspeito de matar Cássio Remis, candidato a vereador da cidade.

Marra prestou depoimento por cerca de três horas aos delegados Valter André, da Regional de Patrocínio, e Renato Mendonça, da Furtos e Roubos do município, e Ana Beatriz de Oliveira Brugnara, da Delegacia de Homicídios.

Após a conclusão dos trabalhos, as autoridades policiais concederam entrevista explicando que Marra será encaminhado para uma unidade penitenciária e que poderá, de acordo com o inquérito, ser acusado de roubo, homicídio e porte de armas.

"Desde sexta-feira estávamos em tratativas com os advogados e familiares dele para que se apresentasse de forma espontânea e cumprisse o mandado de prisão. Assim não seria preciso que policiais militares ou civis fossem atrás dele no local onde estava escondido", afirmou André.

Para que Marra pudesse se apresentar, os advogados estabeleceram algumas regras, como a não divulgação do lugar onde permaneceu escondido e a unidade prisional para onde seria levado, por achar que estará em risco de vida, segundo o delegado regional de Patrocínio.

Mendonça assinalou que Marra se mostrou cooperativo em relação a maior parte das perguntas, permanecendo calado em algumas questões pontuais. A alegação é de que teria agido em legítima defesa.

O crime aconteceu na quinta-feira (24), após Remis iniciar uma live numa das ruas da cidade. 

Após tomar o aparelho de Remis, o suspeito foi para a Secretaria de Obras, sendo seguido pelo candidato. Ao tentar pegar o celular de volta, ele foi baleado. Jorge Marra fugiu em seguida.

Câmeras de segurança registraram o momento da execução. O candidato a vereador pelo PSDB levou cinco tiros. Marra é irmão do prefeito de Patrocínio, Deiró Marra.

De acordo com o relatado aos policiais, Marra não teria visto a live de Remis, mas sim ouvido as afirmações do candidato ao passar pela rua. Ao se sentir ofendido com as declarações, tomou o celular dele.

Na oitiva, o secretário teria dito que quebrou o aparelho e o jogou fora. Um celular foi encontrado no interior do carro dele e foi encaminhado para perícia em Araxá.

O suspeito destacou ainda que, por temer uma agresssão de Remis, que seria "maior e mais forte que ele", usou a arma como forma de se proteger. 

De acordo com os laudos, Remis teria recebido três tiros quando já estava no chão. Sobre isso, Marra diz não se lembrar de mais nada, não sabendo dizer quantos tiros teria dado.

Ele já teria duas passagens por crimes ambientais, segundo a polícia.

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