Suspeitos de envolvimento em morte de sindicalista são interrogados no 3º dia de julgamento em BH
Juíza Myrna Souto Myrna Fabiana Monteiro Souto, que preside as sessões, prevê que o julgamento deve ir até sexta-feira (2)
Começou nesta quarta-feira (31) o terceiro dia de julgamento de sete suspeitos de envolvimento na morte do sindicalista e vereador de Funilândia, Região Central de Minas Gerais, Hamilton Dias de Moura, ocorrida em 21 de julho de 2023. Os 7 réus estão sendo interrogados.
O primeiro a ser interrogado é o ex-vereador Ronaldo Batista de Morais. Também serão questionados os suspeitos Antônio Carlos Cezario, Thiago Ribeiro de Miranda, Leandro Félix Viçoso, Fernando Saliba Araújo, Débora Caetano Félix Aragão e Filipe Santos Viçoso.
Desde segunda-feira (31), foram ouvidas 11 testemunhas. O júri popular é composto por 4 mulheres e 3 homens, que compõem o Conselho de Sentença, ficam isolados e não podem conversar entre eles ou com outras pessoas sobre o julgamento.
A juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto, que preside as sessões, prevê que o julgamento deve ser longo, indo até sexta-feira (2).
Relembre o caso
Hamilton foi morto em julho de 2020, no bairro Vista Alegre, região Oeste da capital. De acordo com a denúncia feita pelo MPMG, o crime teria como mandante o ex-vereador de BH, Ronaldo Batista de Morais.
O assassinato teria sido motivado por denúncias feitas pela vítima à imprensa e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre supostos desvios de dinheiro no Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de BH e Região.
Ronaldo teria dado R$ 40 mil a Thiago Viçoso de Castro e a Felipe Vicente de Oliveira para que executassem o desafeto. Sob a orientação do ex-vereador, os suspeitos criaram um perfil falso em uma rede social e se passaram por compradores de um lote que o sindicalista estava vendendo.
Os comparsas se passaram por mulheres e atraíram a vítima para um encontro para fechar o negócio. Hamilton Moura foi assassinado com 12 tiros dentro do próprio veículo.
De acordo com o Ministério Público, o mandante seria líder da organização criminosa conhecida como "Máfia de Sindicatos", que praticava diversos delitos – inclusive com a participação de agentes de segurança pública –, como a intimidação de adversários para manter seu domínio no meio sindical.
*Estagiário sob supervisão de Gledson Leão