Reunião na segunda

Suspensão de cirurgias no Hospital Amélia Lins mobiliza trabalhadores, MPT e deputados

Unidade de saúde do Estado, instalada no bairro Santa Efigênia, realiza cerca de 200 cirurgias por mês

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 10/01/2025 às 11:25.Atualizado em 10/01/2025 às 11:56.

O fechamento do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), localizado no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, será tema de uma reunião no Ministério do Trabalho e Emprego em Minas na próxima segunda-feira (13). 

De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho (SRTE/MG), no encontro estarão representantes dos sindicatos que representam os trabalhadores, a presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Renata Dias, e o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.

O bloco cirúrgico da unidade de saúde está fechado desde a última segunda-feira (6), e não há previsão de que volte a funcionar. Pacientes e funcionários estão sendo transferidos para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que terá um aumento de pelo menos 200 cirurgias por mês.

Neuza Freitas, diretora do Sind-Saúde MG, contou que os trabalhadores fizeram uma manifestação em frente ao hospital e aguarda um posicionamento. "Já tínhamos um déficit para cirurgia ortopédica no estado. O HMAL já vivia lotado. Fechar o bloco cirúrgico será o caos total no setor de ortopedia", disse Neuza. 

Segundo ela, o fechamento do bloco cirúrgico representa o fechamento do hospital, que causará um dano na demanda por cirurgias ortopédicas. 

“Há uma preocupação entre os servidores. O João XXIII não tem capacidade para assumir mais essa demanda, especialmente de um bloco cirúrgico importante, que é seu principal suporte. O resultado imediato é o aumento ainda maior da fila de espera por cirurgia, o que significa mais macas nos corredores”, ressalta a diretora executiva do Sind-Saúde.

Audiência na ALMG

A discussão sobre o fechamento do bloco cirúrgico do HMAL  resultou, em um ofício assinado pelos deputados Leleco Pimentel e Padre João solicitando a "apuração urgente" do caso. O documento foi encaminhado ao Secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. A expectativa é de que o tema motive uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nos próximos dias.

MPMG solicita esclarecimentos 

Na quinta-feira (9), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que enviará um ofício à Fhemig para apurar o fechamento do bloco cirúrgico do hospital.

A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de BH está instaurando um “Notícia de Fato”, que será enviada para a presidência da Fhemig e solicitará informações no prazo de 48 horas.

O que diz a Fhemig

Conforme a Fhemig, responsável pela administração da unidade, a medida foi necessária devido à dificuldade na aquisição de uma peça essencial do arco cirúrgico. Aproximadamente 200 cirurgias mensais foram redirecionadas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que já está sobrecarregado com atendimentos de urgência e emergência.

Confira a nota na íntegra: 

"A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) reitera que o Hospital João XXIII, com oito salas em seu bloco cirúrgico, tem plena capacidade para atender casos de urgência, assim como os pacientes com cirurgias eletivas vindos do HMAL, e reforça que os usuários serão atendidos normalmente, sem prejuízo algum.

Informamos ainda que, durante um procedimento no HMAL, foram danificados o intensificador de imagens e outros equipamentos essenciais para a realização de cirurgias. Por isso, o bloco foi fechado para revisão.

Ressaltamos que o Hospital Maria Amélia Lins realiza somente cirurgias de baixa complexidade, classificadas como eletivas; ou seja, são programadas de acordo com a avaliação clínica do paciente e a capacidade operacional das unidades hospitalares. Em média, são realizadas cerca de 200 cirurgias por mês no HMAL. São procedimentos com curto tempo de internação, entre 24 horas e 48 horas, que estão sendo feitos no João XXIII. Após a cirurgia, o paciente retorna para o HMAL para sua recuperação até o momento da alta.

Somente nos últimos dois anos, foram investidos R$ 31 milhões no Complexo Hospitalar de Urgência, do qual os dois hospitais fazem parte, com amplo investimento em equipamentos de ponta para o João XXIII, referência em politraumas, queimaduras e intoxicações."

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