Rodovias Federais

Tamanho da malha viária e tráfego de carros de passagem explicam liderança de acidentes em Minas

Gabriel Rezende
grezende@hojeemdia.com.br
Publicado em 17/05/2022 às 17:44.Atualizado em 17/05/2022 às 17:50.

Detentor da maior malha rodoviária do Brasil, Minas Gerais foi o Estado com mais acidentes em rodovias em 2021, conforme dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em todo o ano passado, foram registrados 8.308 acidentes nas rodovias mineiras, que resultaram em 9.882 feridos e 692 mortos.

Para o consultor em transporte e trânsito, Osias Baptista, os números se devem a dois fatores. O primeiro é o tamanho da malha rodoviária de Minas. "A possibilidade de ter acidentes é muito maior. Com isso, a periculosidade por quilômetro nas rodovias em Minas é menor (do que de outros estados)", explica.

O segundo fator é a "posição estratégica" do Estado, o que favorece o "tráfego de passagem" nas rodovias que cortam o estado. "Minas está entre o Nordeste, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Quanto mais tráfego, maior a possibilidade de acidentes", afirma o especialista.

Apesar disso, Osias Baptista reforça que "toda morte no trânsito é inadmissível". "Não existe número bom. Esse volume de acidentes é ruim porque toda morte é evitável. A morte é causada por falha, dos condutores, dos governos que não corrigiram os problemas da via", prossegue.

BR-381: "rodovia da morte"
Chamada de "rodovia da morte" pelo alto número de acidentes, a BR-381 registrou 162 óbitos em 2021. Para o especialista, o "abandono" de rodovias federais, construídas nas décadas de 70 e 80, está por trás dos acidentes.

"Tivemos parte da malha federal abandonada durante anos, por dois fatores importantes. O primeiro é a falta de manutenção. Buracos e falta de sinalização. Outro é alta carga transportada por caminhões. O abandono é não ter remodelado as rodovias para que elas comportem o novo tipo de tráfego", revela o consultor.

Ranking
De acordo com a PRF, o número de acidentes e mortes em rodovias federais no Brasil cresceu em 2021, na comparação com 2020, interrompendo uma série de quedas consecutivas observadas desde 2011.

O número de acidentes subiu de 63.548, em 2020, para 64.441 no ano passado. Em 2011, quando teve início a sequência consecutiva de quedas, o total de acidentes foi de 192.322.

Os acidentes registrados em 2021 resultaram em 5.381 mortes. Houve aumento no número de feridos, que passou de 71.480 para 71.690; e de feridos graves, que passaram de 17.104, em 2021, para 17.601, no ano passado.

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