Nesta sexta-feira (4) estão sendo instalados tapumes no entorno das capelas de São Bento e Nossa Senhora das Mercês, em Bento Rodrigues e Santo Antônio, em Paracatu de Baixo, distritos de Mariana, na região Central de Minas.
O objetivo é proteger as capelas dos vestígios deixados pelos rejeitos que escorreram após rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, controlada pela Vale e a BHP Billiton. O mesmo será feito na Capela de Nossa Senhora da Conceição, de Gesteira, tão logo seja possível o acesso de veículos ao local.
A Capela de São Bento, foi uma das inundadas pela lama que, além de ter causado mortes, deixado mais de 600 desabrigados e comprometido o meio ambiente por onde passou, manchou também a história e a cultura daquele lugarejo.
Após um compromisso firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a empresa trabalha por esse resgate histórico-cultural dos distritos atingidos. Na quinta-feira (3), como parte desta ação, foram recuperadas pelo Corpo de Bombeiros e arqueólogos que atual na região, quatro peças sacras, dois fragmentos de almofada da porta central da igreja, fragmento de escultura de um dos altares, com representação de um anjo barroco, e mais pedaços de um banco.
Todas as peças foram catalogadas e enviadas para a reserva técnica do Museu da Arquidiocese de Mariana, onde permanecerão provisoriamente. O templo de São Bento é datado de 1718.
A equipe que atua nesse resgate cultural, carrega um registro bastante detalhado do que havia no interior dos templos afetados. E, segundo o MPMG, a Samarco tem obrigação de trabalhar nessas buscas, além de garantir a restauração e a devolução de todo o acervo. Caso algo não seja reestabelecido, será cobrado em forma de indenização por danos materiais e morais coletivos.
História do distrito
O povoado recebeu o nome do primeiro descobridor de ouro na localidade, o bandeirante paulista Bento Godói Rodrigues, que foi cabo da bandeira do padre João de Faria Fialho e devassou a região entre Mariana e Caraça em 1697. A Capela de São Bento teve sua construção iniciada em 1718 por João Ribeiro da Silva.