Longe de um desfecho, a novela envolvendo a definição sobre o Uber em Belo Horizonte ganhará novos capítulos na próxima semana. O projeto de autoria da prefeitura que sugere a incorporação do aplicativo ao atual serviço de táxi estará nas mãos dos vereadores da capital a partir de terça-feira (27). Mas, antes mesmo de ir a votação em plenário, passará pelo crivo dos próprios taxistas.
A análise prévia pela categoria foi garantida pelo vereador e presidente da mesa diretora do Legislativo de BH, Wellington Magalhães (PTN), que se reuniu nesta sexta-feira (23) com representantes do Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir/BH).
Segundo o presidente do Sincavir/BH, Ricardo Faedda, quando o projeto for a votação, toda a categoria irá se concentrar na capital, que terá apoio de taxistas de São Paulo, Rio e Distrito Federal. “O projeto traz uma regulamentação para qualquer aplicativo. É uma inovação no Brasil. Do contrário, o transporte será sucateado em BH”.
Conforme o vereador Preto (DEM), líder do governo na Câmara, o novo projeto seguirá praticamente as mesmas mudanças já adiantadas pela BHTrans. A proposta cria uma nova categoria de táxis, chamada “Premium” (carros de luxo). Serão 750 carros operando com tarifa diferenciada e regulamentação próprias. Com as mudanças, só poderão operar empresas de aplicativos destinados ao transporte individual remunerado de passageiros credenciadas junto à BHTrans. Depois da lei sancionada, quem descumprir as determinações poderá pagar multas de R$ 30 mil.
OUTRO LADO
Já os responsáveis pelo Uber voltaram a discordar da proposta apresentada como inconstitucional. Em nota, informaram que o sistema é diferente do serviço de táxi convencional e querem “continuar a oferecer transporte seguro, confiável e com preço justo em Belo Horizonte”. O serviço que os motoristas do Uber oferecem é transporte individual privado, previsto em uma lei federal, acrescenta a nota.