Belo Horizonte pode ganhar um importante aliado na guerra contra o Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e zika. Está em fase adiantada de negociações uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e as fundações Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Bill Gates. A nova arma consiste na liberação de mosquitos portadores de uma bactéria na natureza. Os insetos, após contaminados, não teriam condições de transmitir as doenças às pessoas.
Testes com a bacteria, chamada Wolbachia, já estão sendo desenvolvidos por pesquisadores na Ilha do Governador, na zona Norte do Rio de Janeiro. A informação havia sido antecipada pelo secretário de Saúde de BH, Fabiano Pimenta, em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, publicada na seção Página 2.
Na manhã desta segunda-feira (18) o servidor deu novos detalhes sobre o projeto. Segundo ele, a empreitada deve custar cerca de R$ 10 milhões, que seriam investidos em dois anos. "A Fundação Bil Gates vai patrocinar a implantação", disse Pimenta, que participou da inauguração do Hospital Integrado do Câncer, da Rede Mater Dei, na região Oeste da metrópole mineira.
Conforme o secretário, uma delegação que acompanha os testes no Rio esteve na capital na última segunda-feira. "Essa é a experiência mais promissora em tempos de saúde pública para o controle do mosquito. Entretanto, ela não substitui a visita dos agentes nem o trabalho de limpeza das casas que feito pela população".
Segundo ele, o objetivo da nova técnica é levar as larvas do mosquito - com a bactéria - até os bairros com maior incidência de dengue. Em 2016, conforme o último boletim publicado na semana passada, foram confirmados 34.150 casos de dengue em BH. Outros 58.680 foram notificados, mas estavam pendentes de resultados. Foram investigados e descartados 8.956 casos. A regional com o maior número de confirmações é a Barreiro, com 7.027 ocorrências, seguida pelas regionais Nordeste (5.953) e Oeste (4.326).