Testemunha diz que Érika Passarelli era tratada com carinho pelo pai

Hoje em Dia
10/02/2014 às 17:14.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:55
 (Renata Caldeira/TJMG)

(Renata Caldeira/TJMG)

A ex-estudante de direito Érika Passarelli Vicentini Teixeira, que é julgada nesta segunda-feira (10) sob a acusação de planejar a morte do próprio pai, era tratada com carinho pela vítima. Essa foi a afirmação dada por testemunha e amigo da família durante o júri.   De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a testemunha disse ainda que Mário José Teixeira Filho, de 50 anos, chamava a ré de "minha loirinha". No entanto, ela afirmou que Filho era maquiavélico e envolvia pessoas próximas em suas atividades criminosas, tendo prejudicado o próprio depoente. Comentou ainda que o pai de Érika era estelionatário nato, pois iludia as pessoas com facilidade e batia na esposa.   Ainda durante a oitiva de testemunhas, os advogados da ré, Fernando Magalhães e Zanone Manuel de Oliveira Junior, fizeram perguntas, principalmente, sobre a vida dela e o relacionamento que tinha com o pai.    A primeira testemunha, um corretor, disse que Filho assinou sua apólice de seguro de vida, tendo a ré como beneficiária. O representante comercial teria dito que, como viajava mito, tinha medo de sofrer algum acidente e morrer, deixando o filho menor sem amparo escolar. Assim, colocou Érika como tutora do menor. Ele afirmou ainda que não sabia que a vítima era foragida da Justiça à época da assinatura do seguro, nem que Érika já tinha sido condenada pelo crime de estelionato à pena de três anos e quatro meses, tendo o crime sido prescrito. O corretor afirmou ainda que o pagamento do seguro só é feito após o encerramento do inquérito e o setor jurídico da empresa de seguro cancelou a apólice.   No começo do júri, o promotor Cristian Lúcio da Silva, responsável pela acusação, informou que irá pedir condenação superior a dez anos de prisão para a ré, por homicídio duplamente qualificado, motivo torpe e dissimulação. Entretanto, a defesa de Érika alegou que não há provas contra a acusada e afirmou que iria trabalhar com a ausência de provas que comprovem a culpabilidade. Conforme o advogado Zanoni de Oliveira Júnior, sua cliente está sendo acusada exclusivamente por ser a única beneficiária das apólices. Contudo, o promotor garante que há provas suficientes no processo para condenar Passarelli e seus cúmplices.   O julgamento da ex-estudante de direito começou no início desta manhã, no Fórum Edmundo Lins, em Itabirito, região metropolitana de Belo Horizonte. A sessão é presidida pelo juiz Antônio Francisco Gonçalves e a expectativa é que a sentença seja conhecida até o fim desta noite.   O destino da ré será decidido por quatro homens e três mulheres, que foram selecionados para integrar o Conselho de Sentença. No início do julgamento, a defesa da acusada reclamou que não havia nenhum promotor da comarca de Itabirito, uma vez que todos estão em férias. Mas, o magistrado mandou prosseguir com o julgamento.   Crimes   Além de participação no homicídio de Mário José Teixeira Filho, de 50 anos, ela é acusada de aplicar uma série de golpes em lojas de roupa de Belo Horizonte, passando cheques sem fundo. No entanto, segundo a defesa da ré, a verdade seria que, ao passar por uma crise depressiva após o falecimento do pai, a ex-estudante teria extrapolado nas compras e se desentendido comercialmente.   De acordo com denúncia do Ministério Público, o assassinato foi cometido pela acusada e mais duas pessoas, que tiveram o processo desmembrado. A ré responde pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e mediante dissimulação. Érika foi denunciada em 4 de maio de 2011 e pronunciada em dezembro de 2012.   Para o juiz Antônio Francisco Gonçalves, a materialidade do fato está descrita no relatório de necropsia e nos laudos periciais.    Em seu depoimento na delegacia, Érika ficou em silêncio. Já em juízo ela negou a participação no crime e afirmou que tinha um bom relacionamento com o pai, de quem gostava muito. A ré afirmou ainda que nunca teria coragem de atentar contra a vida do pai e nem mesmo de mandar que outra pessoa o fizesse. No entanto, uma testemunha ouvida no processo alegou que a acusada e o pai se desentenderam e passaram a brigar com frequência, ocasiões em que ela chegou a dizer que queria que ele morresse.    O processo envolvendo os outros dois réus também tramita em Itabirito, ainda sem data de julgamento. Ele foi desmembrado porque, na fase inicial do caso, quando os réus estavam presos, e Érika foragida. 

 

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