Testemunha se diz confusa sobre autor de disparo em bailão sertanejo e delegado escapa de prisão

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
Publicado em 06/05/2013 às 09:49.Atualizado em 21/11/2021 às 03:26.

O delegado Gustavo Garcia Assunção, de 29 anos, por pouco não foi preso em flagrante após um tiroteio na casa de shows do pai dele, na região de Venda Nova. Um inquérito policial foi aberto nesta segunda-feira (6) para apurar uma confusão que ocorreu na madrugada de domingo (5), durante um bailão sertanejo, deixou três pessoas feridas, uma delas, gravemente. A arma dele foi apreendida pela Polícia Civil e vai passar por um exame residuográfico para identificar se o disparo que atingiu um jovem no estacionamento da casa de show saiu da arma dele. Gustavo Garcia Assunção trabalha na 3ª Delegacia de Ribeirão das Neves, na Grande BH.

A delegada Adriana Bianchini, da 7ª Delegacia Seccional de Venda Nova, chegou a emitir um auto de prisão em flagrante contra o delegado, mas retificou o pedido porque uma testemunha disse não ter certeza se o homem que atirou contra um jovem, de 23 anos, era o policial civil.  O crime ocorreu por volta das 4 horas e teria ocorrido por conta de um empurrão. Há ainda a suspeita de que um policial militar que já trabalhou na casa de show como vigia estaria envolvido na confusão. Porém, no dia do episódio, ele estaria lá apenas como frequentador.

Elias de Souza Martins, de 18 anos, ficou ferido no rosto após ser atingido por um canivete. Ele teria tentado socorrer o irmão Thiago de Souza Martins, que foi baleado na cabeça. Um jovem amigo dos irmãos também foi ferido. Ele contou em entrevista à Record Minas que Elias foi trancado em uma sala da casa de shows e foi espancado e ameaçado com uma arma por um homem que seria o delegado da Polícia Civil.

Em sua defesa, o delegado contou à emissora de televisão que um policial militar que estava na casa de shows seria o autor das agressões e do disparo. Segundo o delegado, o PM teria agido em legítima defesa. O dono da casa de shows, Marcos Assunção, afirmou que toda a assistência à família dos feridos será garantida, uma vez que o estabelecimento tem seguro. Foi Marcos quem socorreu Thiago para o hospital, ele foi questionado sobre o porquê dele não ter acionado a Polícia Militar para relatar o fato. O homem afirmou que o mais importante era socorrer o ferido.

Thiago continua internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital de Pronto-Socorro João XXII em estado grave. De acordo com a assessoria do HPS, não há previsão de alta para o ferido. O irmão dele, Elias, foi encaminhado para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região de Venda Nova, mas não corria risco de morte. O amigo dos irmãos não precisou de atendimento médico.

A Polícia Civil informou que aguarda o caso ser encaminhado para a delegacia regional de área para nomear o delegado que prestará esclarecimentos sobre a investigação do caso.

Atualizada às 15h.

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