TJMG estuda importar Audiência de Custódia de São Paulo para Minas

Hoje em Dia*
23/04/2015 às 20:28.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:45
 (Maurício Souza/ Hoje em Dia)

(Maurício Souza/ Hoje em Dia)

Uma inovação implantada há dois meses no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) pode ser importada para Minas Gerais em breve. Uma comitiva de magistrados mineiros visitaram o projeto Audiência de Custódia e estudam trazer a novidade para os fóruns de Minas.   A visita ocorreu no ínicio do mês. O grupo formado por cinco juízes foram até o Fórum Criminal da Barra Funda, na capital São Paulo, para ver como funciona o projeto, criado em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério da Justiça.   O objetivo do projeto é garantir que presos em flagrante sejam apresentados a um juiz num prazo máximo de 24 horas, para acelerar processos e ainda reduzir a superlotação do sistema prisional. O sistema consiste na criação de uma estrutura multidisciplinar nos tribunais de justiça para receber presos em flagrante para uma primeira análise sobre o cabimento e a necessidade da manutenção dessa prisão e, ser for o caso, a imposição de medidas alternativas ao cárcere.   A implementação das audiências de custódia está prevista em pactos e tratados internacionais assinados pelo Brasil, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San Jose.   Segundo a coordenadora do grupo e juíza auxiliar da Presidência, Eveline Mendonça Félix Gonçalves, as audiências de custódia são importantes porque minimizam eventuais irregularidades na prisão e previnem a prática de tortura.   Embora os estudos do grupo ainda estejam em andamento, a juíza Eveline adianta que a implantação em Minas Gerais deverá ser iniciada por um projeto-piloto na comarca de Belo Horizonte.   Solução de Conflitos e Cidadania   Depois das comarcas de Montes Claros, Juiz de Fora e Santa Luzia, será a vez da comarca do Serro implantar o seu Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejus). A inauguração será nesta sexta-feira (24), no Fórum Edmundo Lins. Com a instalação no Serro, já são 21 comarcas a contar com um Cejus.    As formas alternativas de solução de conflitos contribuem para melhorar a cultura da pacificação social substitua a do litígio, além de serem um meio eficaz para a redução a quantidade de processos no Poder Judiciário.   Os Cejus são estruturados em três setores, o de cidadania, o pré-processual e o processual. No setor de cidadania, as pessoas recebem orientações sobre a documentação e os procedimentos necessários para a resolução de conflitos. No pré-processual, faz-se a tentativa de solucionar um conflito sem começar um processo formal no Judiciário. E, no setor processual, busca-se uma tentativa de conciliação durante a tramitação do processo, que, se seguisse seu curso usual, terminaria com a sentença de um magistrado.   O assessor da Agin, José Augusto da Silva Neto, ressalta que o êxito é viabilizado pelas parcerias firmadas entre o Cejus, universidades e prefeituras, pois estas disponibilizam espaço físico e divulgam a iniciativa a alunos interessados em atuar como voluntários na conciliação. Ele explica, ainda, que a importância do Cejus está na diminuição da distribuição de novas ações, pois os conflitos podem ser resolvidos por meio de acordo. Já na fase processual, a conciliação, a mediação e outras formas alternativas de solução de conflitos funcionam, de preferência, no fórum local.   (* Com TJMG)

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por