(Cristiano Machado/Hoje em Dia)
Projetada por Oscar Niemeyer e erguida em 1954, uma moradia que fica na região da Pampulha deve ser incluída na lista dos imóveis tombados na capital. O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município define nesta quarta-feira (17) a situação do imóvel. No mesmo dia, o conjunto moderno que leva a assinatura do arquiteto brasileiro recebe o certificado de patrimônio cultural da humanidade, concedido pela Unesco.
O título é determinante para garantir a preservação dos espaços e estender as ações também para o entorno, na chamada área de amortecimento. Por isso mesmo já é esperado um parecer positivo para o tombamento da casa no bairro São Luiz, que traz os traços arquitetônicos e demais características do modernismo brasileiro.
“Eu acredito que o pedido deve ser deferido porque é uma casa de extrema importância. Todos os paradigmas de arquitetura, jardins, marquise sob pilotis, laje, uso do concreto armado e abertura para o espaço exterior estão presentes. É um belíssimo exemplar que só fortalece o roteiro da Pampulha e passa a integrar o hall turístico da região”, afirma o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira.
Valorização
A casa, projetada por Niemeyer para a família Dalva Simão, fica em um lote de aproximadamente 6 mil metros quadrados, na alameda das Palmeiras. De acordo com o presidente da Fundação, os proprietários da casa estariam de acordo com o tombamento.
Isso valoriza o imóvel. Todas as intervenções a partir de agora terão que ser aprovadas pelo Conselho do Patrimônio Cultural, e a casa será monitorada para não perder as características modernistas”, explica Leônidas Oliveira. A reportagem do "Hoje em Dia" tentou contato com a família dos proprietários, mas ninguém foi localizado.
A definição do conselho e a entrega do título de patrimônio acontecem no Museu de Arte da Pampulha (MAP). A cerimônia para a entrega do documento da Unesco contará com a presença do ministro da Cultura, Marcelo Calero, da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, e do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda.
Recursos
A expectativa é que, além da formalização do título, questões relacionadas à liberação de recursos para obras nos equipamentos do conjunto moderno sejam definidas. Para a restauração do Museu de Arte são necessários R$ 5,6 milhões, que estão sendo negociados pelo Iphan com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já a obra da Igrejinha vai custar R$ 1,6 milhão que deve ser disponibilizado via PAC Cidades Históricas.
“Já temos o projeto de restauração do forro e da junta de dilatação da capela pronto. A previsão é que esse dinheiro seja liberado em novembro, mas nada está 100% garantido”, ressalta Leônidas Oliveira.