Trânsito irregular de caminhões potencializa acidentes na Raja Gabaglia

Sara Lira - Hoje em Dia
Publicado em 16/01/2015 às 08:37.Atualizado em 18/11/2021 às 05:41.
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)
(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Mesmo sendo proibido o trânsito de caminhões acima de 5 toneladas em várias avenidas de Belo Horizonte – seja o dia todo ou em determinados horários –, motoristas são facilmente flagrados descumprindo a determinação.

Pouca fiscalização, sinalização insuficiente ou simplesmente falta de informação fazem com que os condutores à frente de veículos pesados coloquem em risco quem trafega nas áreas urbanas.

Somente na última quinta-feira (15), no trecho entre as avenidas Barão Homem de Melo e do Contorno, o Hoje em Dia flagrou 11 caminhões transitando pela via, entre 7h e 9h, horário proibido para circulação desse tipo de veículo.

Dentre os modelos havia caminhões betoneira e dos tipos basculante e baú. Carregados, alguns deles podem chegar a pesar 23 toneladas, quase cinco vezes mais que o permitido para o horário.

 

PERIGO

Situação que pode resultar em acidentes, como o que aconteceu na última terça-feira, quando o motorista de um caminhão carregado com 14 toneladas de ferro perdeu os freios e arrastou cinco carros. O condutor jogou o veículo de carga em um barranco. Por sorte, ninguém se feriu. O acidente aconteceu a poucos metros de onde começa a restrição.

Não foi o primeiro caso do tipo na cidade. Em 2012, um acidente envolvendo um caminhão desgovernado resultou na morte de três pessoas na avenida Nossa Senhora do Carmo.

Trânsito irregular de caminhões potencializa acidentes na Raja Gabaglia

 

LIMITES

Para o coordenador do curso de engenharia de transportes do Cefet, Guilherme Leiva, a restrição é indispensável para manter a segurança e o controle do tráfego nas vias mais movimentadas, além de minimizar congestionamentos, uma vez que veículos maiores ocupam mais espaço.

“A preocupação maior deve ser com as avenidas que têm uma transição muito grande de velocidade, como a Nossa Senhora do Carmo e a Raja, onde os veículos vêm de rodovias e, de repente, estão em trechos urbanos”, afirma Leiva.

Nenhum sinal de viaturas da PM ou da Guarda Municipal

No período em que a reportagem do Hoje em Dia esteve na avenida Raja Gabaglia, nenhuma equipe da BHTrans foi vista fiscalizando a via.

O caminhoneiro Wellington Wander de Oliveira, de 43 anos, estava a bordo de um veículo que, descarregado, pesava oito toneladas. Ele disse desconhecer a restrição. “Não tenho o costume de passar por aqui. Como o trânsito é muito intenso, nem vi a placa”.

Após saber da proibição pela reportagem, ele decidiu permanecer estacionado até chegar a hora de poder circular.

O motorista Fábio Ribeiro, de 38 anos, sabia da limitação e chegou ao local ainda de madrugada. “Vou descarregar às 8h. Então, preferi chegar antes e ficar aqui até dar a hora de ir embora”, afirmou.

A fiscalização é precária. A empresa que administra o trânsito na capital informa que só fiscaliza as avenidas Nossa Senhora do Carmo e Contorno, mesmo assim, por meio de radares. As demais áreas são de responsabilidade da Guarda Municipal e da Polícia Militar, já que o órgão não tem permissão de multar.

 

ESCOLTA

Em nota, a Guarda informou que rotineiramente fiscaliza os locais. “Se flagrado, o condutor será autuado e escoltado até fora do perímetro restrito”, informou.

Já a assessoria de imprensa da Polícia Militar alegou não haver viaturas exclusivas para fiscalizações nessas avenidas. A justificativa é a de que a prioridade do Batalhão de Trânsito (BPTran) é atender ocorrências no tráfego da cidade e realizar operações policiais, como blitz.

As equipes do BPTran são orientadas a rondar a região e, em caso de constatação de irregularidades, devem aplicar a multa correspondente.

Na última quinta-feira (15), entre 7h e 9h, nenhuma viatura da Guarda ou da PM passou pela Raja. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por