Seis escolas de samba; nove blocos caricatos; 140 blocos de rua; 70 atrações; 13 palcos; cerca de um milhão de foliões. Uma megaestrutura está armada na capital mineira e o Carnaval deste ano promete. Tudo para consolidar de vez a folia belo-horizontina nos concorridos calendários festivos Brasil afora.

Uma grande operação foi articulada na cidade envolvendo a Empresa Municipal de Turismo de BH (Belotur), BHTrans, Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), polícias Militar, Civil e Corpo de Bombeiros, dentre outros órgãos. Segundo a Belotur, o Carnaval será uma espécie de preparação para a Copa do Mundo deste ano.

No quesito segurança, a Polícia Militar (PM) informou que haverá reforço nas ruas com a Academia de Polícia e o Batalhão Metrópole – recém-criado na capital – mas não divulgou o contingente.

“Haverá policiamento constante nos palcos centrais e regionais, além dos desfiles das escolas de samba, dos blocos caricatos e dos blocos de rua cadastrados”, cita o major Gedir Rocha, subcomandante do 1º Batalhão, responsável pelo policiamento no hipercentro de BH.

Estrutura

Os banheiros químicos, cuja falta foi reclamação frequente entre foliões e moradores no ano passado, tiveram o número quadruplicado, conforme a Belotur.

Para os 13 palcos da Estação do Samba e na região da avenida Afonso Pena (desfiles das escolas de samba e blocos caricatos), haverá 555.

E para limpar a bagunça dos “sujões”, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) montou um esquema especial com centenas de funcionários de plantão até a Quarta-Feira de Cinzas.

A estimativa é a de que o volume de resíduos recolhidos ultrapasse as 30 toneladas, deste sábado (1º) até quarta. Os serviços de limpeza urbana serão executados normalmente, inclusive na terça-feira.

Esquema de trânsito

A BHTrans também elaborou uma operação diferente durante os dias de folia. Uma das medidas foi liberar a utilização do estacionamento rotativo neste sábado (1º) e segunda-feira.

Dentre outros locais, haverá intervenções na praça Diogo de Vasconcelos (da Savassi), até quarta-feira. E também na avenida Getúlio Vargas, entre a rua Fernandes Tourinho e a avenida Cristóvão Colombo.

Moradores cobram respeito e bom senso dos foliões

Respeito. Essa é a única exigência dos moradores dos bairros que receberão blocos de rua aos foliões. Desta vez, as associações comunitárias dialogaram com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para definir a melhor forma de conciliar a folia com o sossego da vizinhança.

No bairro Santa Tereza, região Leste de BH, os moradores esperam um Carnaval bem diferente em relação ao do ano passado, quando inesperadas 20 mil pessoas fizeram a farra na Praça Duque de Caxias e causaram grandes transtornos.

Em 2014, a Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza, representada pelo presidente Ibiraci do Carmo, reuniu-se com Belotur, BHTrans e Polícia Militar (PM).

Uma das decisões foi a de que o Carnaval será diurno, terminando por volta das 19h. Assim, os foliões sairão de lá em direção aos palcos especiais e regionais da Estação do Samba, pulverizados pela cidade.

“A festa é bem-vinda e todo mundo gosta, mas é preciso ter limites. Contamos com o bom senso dos foliões”, afirma Ibiraci, elogiando a organização do pré-Carnaval que ocorreu no último fim de semana, reclamando apenas do xixi deixado pelo caminho.

Floresta

Também na zona Leste da cidade, a Associação de Moradores do Bairro Floresta espera que as pessoas que seguirão os blocos se divirtam bastante, mas com respeito aos moradores. Os principais pedidos são uso dos banheiros públicos e obediência às regras de trânsito.

“O bairro tem estrutura para comportar a folia, mas com pessoas educadas. Nosso desejo é o de que o Carnaval de BH volte a ter brilho”, opina Elizabeth Sily, presidente da associação. 

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