UFMG recruta gêmeos para reduzir tempo de pesquisa

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
Publicado em 30/07/2015 às 06:40.Atualizado em 17/11/2021 às 01:08.
 (Ricardo Bastos)
(Ricardo Bastos)

Cerca de 50 pares de gêmeos integram um cadastro inédito feito pela UFMG para pesquisar as causas de doenças. A primeira etapa do estudo, ainda em estágio inicial, é entender melhor o que provoca a dor lombar, que afeta grande parte dos brasileiros, sobretudo os adultos, segundo especialistas.

O registro da UFMG, pioneiro no Brasil e na América Latina, “recruta” irmãos – idênticos ou não – e avalia aspectos genéticos e ambientais, simultaneamente, para chegar a uma conclusão sobre a origem de determinadas patologias.

“Quando estudamos a população geral, precisamos de muitos voluntários e de grande esforço para conseguir alguma evidência. Com os gêmeos, temos um aprimoramento, porque isolamos os fatores genéticos de maneira facilitada e também entendemos como tratar e identificar doenças mais facilmente”, afirma Daniela Junqueira, uma das integrantes da equipe do projeto.

Investigação

Depois de cadastrados, os participantes do estudo respondem a um questionário sobre hábitos e histórico de saúde. Na etapa seguinte, os pesquisadores fazem contatos esporádicos por telefone para registrar relatos de dor lombar na dupla (ou em um dos gêmeos), a evolução do problema e possíveis gatilhos.

As irmãs Luísa e Mariana Cavalieri, de 23 anos, fazem parte do registro da UFMG. No caso de Luísa, estudante de fisioterapia, a participação foi motivada justamente por enfrentar episódios de fortes dores nas costas. “Achei interessante a proposta, por interesse pessoal mesmo, e minha irmã também topou”.

Novas descobertas

De acordo com Vinícius Cunha, que também integra a equipe do projeto, chegar a um fator determinante para a dor lombar é a meta dos estudos.

“Esse problema afeta praticamente todo mundo, mas não está estabelecido o que pode causá-lo, porque são muitos fatores ao mesmo tempo. Não sabemos separar o que é genético do que é problema ambiental, mas, tendo irmãos gêmeos, podemos controlar um gene e chegar a uma conclusão”, diz.

Segundo Daniela, está aí a importância de reunir esses voluntários em um banco de dados unificados. “A ideia é otimizar recursos humanos e financeiros. Cadastrando gêmeos de uma só vez, outros pesquisadores poderão contactá-los para outras pesquisas, futuramente, sem precisar de todo esse esforço para procurá-los novamente”.

O registro de gêmeos da UFMG é baseado em iniciativa australiana lançada na década de 1960

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