
Com o objetivo de conscientizar jovens sobre o risco da combinação de direção e irresponsabilidade, a Michelin trouxe, esta semana, para Belo Horizonte, o programa Michelin Best Driver. A competição, que elegerá o melhor motorista do Brasil, selecionará 15 jovens condutores de universidades particulares e públicas, entre elas a Puc Minas e UFMG.
O programa já passou pelas cidades de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Agora em BH, irá propiciar troca de experiências entre especialistas, pilotos e estudantes, além de simulações de direção e uma iniciativa inédita no país: a telemetria. O equipamento é comumente utilizado pelo setor privado, mas é novidade na avaliação da segurança dos condutores, como será adotado no programa.
O equipamento de telemetria será instalado em 260 carros de universitários de Belo Horizonte, sendo 130 para cada universidade. Os condutores podem se inscrever nos Talk Shows, que aconteceu na UFMG no dia 5 de setembro e será realizado nesta terça-feira (9) na Puc Minas. Durante um mês, o equipamento irá avaliar a forma como os jovens conduzem os veículos. “Vários indicadores serão avaliados e a composição deles definirá a nota média de segurança do motorista”, explicou a coordenadora do programa, Renata Marques.
Os primeiros colocados das duas universidades serão premiados com um mini Ipad e seguem para a competição nacional. A premiação será realizada na tradicional corrida automobilística de Le Mans, nos dias 29 e 30 de novembro. Os 15 motoristas selecionados para a final terão entrada vip para o evento, com direito até a bate-papo com os pilotos. O vencedor leva ainda um Pegeout 2008.
Um problema nacional
A ideia do programa partiu da necessidade de conscientização de um problema do Brasil: o alto índice de acidentes de trânsito, principalmente entre o público jovem. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o 4ª país com mais mortes por acidente de transporte. São 22 mortes para cada 100 mil habitantes.
Levantamento do Ministério da Saúde, de 2012, mostra que Belo Horizonte também sai na frente quando o assunto é o mesmo. Entre as capitais com maior frota, BH lidera o rancking com 22,4 mortes a cada 100 mil pessoas.
O sociólogo e especialista em segurança no trânsito, Eduardo Biavati, participa do programa da Michelin, conversando com os jovens sobre o assunto. De acordo com ele, o país mantém um alto índice de acidentes por não investir nas vias rodoviárias e segurança dos veículos, pela legislação deficiente e pela imprudência dos motoristas. “Veículos seguros, em vias seguras com condutores seguros”, simplificou o especialista sobre o sucesso dos europeus na diminuição das mortes no trânsito.