A universitária assassinada pelo professor de música dentro de uma igreja em Contagem, na Grande BH, deve ser enterrada em Entre Rios de Minas, na região Central de Minas, ainda nesta segunda-feira (20).
Thaís Teodoro Maia tinha 17 anos e foi morta durante um culto com tiros na cabeça, pescoço e ouvidos por Jonas Moreira Carvalho, de 40. Eles tinham um relacionamento amoroso.
O suspeito foi preso em Ribeirão das Neves, também na Grande BH, depois de tentar matar um homem que teria estuprado a filha dele. O atual companheiro da ex-mulher de Jonas também foi ameaçado de morte.
Thaís estava no primeiro período do curso de direito e foi assassinada nesse domingo (19) após fazer uma adoração no altar da igreja Unicidade, no bairro Industrial. Testemunhas contaram à polícia que a adolescente se dirigiu à entrada do templo para tomar água, quando avistou o professor de música com uma arma em punho.
Ela gritou e correu de volta para o altar, mas foi perseguida pelo amante.
Os frequentadores da igreja tentaram conter o homem, mas ele atirou duas vezes para o teto do templo e conseguiu se desvencilhar de todos. Assustada, Thaís tentou correr para fora da congregação religiosa, mas caiu perto da porta e foi atingida por Jonas com dois tiros.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas não conseguiu salvar a universitária, que morreu no local. Além dos tiros que acertaram a jovem, a perícia verificou que dois disparos atingiram o teto da igreja.
Uma testemunha do crime contou aos PM's do 39º Batalhão da Polícia Militar que era a primeira vez que Jonas ia até a igreja Unicidade. Segundo esse informante, o professor de música frequentava uma outra congregação no bairro Jardim Industrial. Os policiias foram até o referido templo, que fica na rua Visconde de Itaboraí. O responsável pelo local contou aos policiais que conhecia Jonas e sabia do envolvimento dele com a adolescente.
Os policiais receberam dessa pessoa, que não identificada, uma fotografia de Jonas, que foi retirada da rede social Facebook. Os PM's levaram a imagem para as testemunhas do crime, que reconheceram o homem na fotografia como o autor do homicídio.
Fuga e prisão
Jonas fugiu em um Gol, de cor cinza, e seguiu para Ribeirão das Neves. Lá, o professor de música tentou matar Vilmar Nobre do Nascimento, de 41, que teria estuprado a filha do educador.
Carvalho atirou na virilha de Nascimento na Alameda Sófres, no bairro Jardim Colonial. Contudo, ele não conseguiu fugir. Parentes da vítima tomaram a arma de Jonas e acionaram a Polícia Militar.
Quando os policiais chegaram, o professor de música contou que queria se matar. Ele confessou ter “tirado a vida de uma moça por volta das 19 horas dentro de uma igreja em Contagem” e, por isso, Jonas disse aos policiais “que não merecia viver”. Os militares conduziram o suspeito para a delegacia de plantão de Ribeirão das Neves.
Vilmar foi socorrido para o Hospital Municipal de Contagem e não corria risco de morrer. Os policiais receberam uma denúncia de que Jonas também teria ameaçado matar Edson Fernandes da Silva, de 28. Silva é o atual companheiro da ex-mulher do professor de música.
Jonas estaria revoltado com a relação dos dois e teria tirado o domingo para resolver todas as pendências de sua vida.
O educador foi preso e deve responder por homicídio, tentativa de homicídio e ameaça. Ele foi conduzido para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão.
O corpo de Thaís ainda não foi liberado pelo Instituto Médico-Legal (IML), mas a família prepara a cerimônia fúnebre na cidade de origem da jovem, Entre Rios de Minas, que fica a 120 quilômetros de Belo Horizonte.
A família de Thaís está horrorizada com o crime e quer Jonas atrás das grades pelo tempo máximo previsto pelos crimes cometidos por ele. O pai e a mãe da jovem deram declarações ainda nesse domingo à polícia e contaram que desaprovavam o relacionamento dos dois.
Jonas era casado quando se envolveu com a adolescente e chegou a ser expulso da igreja que frequentava com a jovem, depois que a mulher dele contou ao pastor sobre a traição do marido. Jonas foi contratado pelo pai de Thaís para dar lições de teclado e violão à jovem desde quando ela tinha 10 anos de idade.
A adolescente frequentou as aulas por cinco anos, conforme o tio dela Marcos Lima Maia, de 34. “Ele se aproveitou dela e eles se envolveram. Estamos muito tristes com tudo isso”, contou.
Marcos contou que o pai de Thaís estava frequentando a mesma faculdade que ela. “Ele está no terceiro período e os dois estavam muito animados com o curso, agora ele está arrasado”, disse.
Para o tio de Thaís, Jonas é um homem perigoso e deve ficar preso. “Eu quero que as autoridades pensem, meditem sobre o que ele fez. Do jeito que ele fez conosco pode fazer com qualquer um. E como a Justiça é, em dois anos ele sai da cadeia. Isso não pode acontecer”, clamou Maia.
A Polícia Civil está à frente da investigação do crime.