(Miguel Schincariol)
Após um mês de encontros entre representantes dos taxistas, Uber e vereadores, o destino do transporte individual de passageiros na capital mineira está nas mãos agora do jurídico da BHTrans.
Durante as reuniões, as partes envolvidas apresentaram propostas com o objetivo de aliar o uso de aplicativos para a captação de passageiros ao serviço de táxi. “Será através das sugestões que iremos chegar a um consenso para um projeto de lei que regule o uso dos aplicativos na cidade”, explicou o vereador Wagner Messias Silva, o Preto.
Apresentadas as ideias, a BHTras irá definir um plano para que o projeto de lei seja elaborado pelos vereadores e apresentado ao Executivo.
O Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir) defende o uso das plataformas digitais exclusivamente na captação de passageiros para a categoria. “Queremos que os aplicativos sejam utilizados pelos taxistas e cooperativas, padronizando o serviço e evitando qualquer tipo de clandestino, como o Uber”, afirmou o presidente da entidade, Ricardo Faedda.
Além do uso do aplicativo, o Sincavir propõe ainda a implantação de 500 veículos de luxo para os taxistas – atualmente são 80 –, além de investimentos em carros tipo sedã, com ar-condicionado e motor mais potente. “Queremos evitar que o sistema seja sucateado. Para isso, vamos investir em um serviço de qualidade”, reforçou.
O Uber Brasil entregou sua proposta em envelope fechado. A empresa quer a regulamentação do transporte privado de passageiros e defende uma atuação “harmoniosa’ entre particulares e táxis.
A próxima reunião entre vereadores da comissão especial e representantes da BHTrans foi marcada para terça-feira da semana que vem.
Em nota, a autarquia de trânsito da cidade informou que as propostas serão compiladas pelos parlamentares para subsidiar a elaboração de um projeto de lei de regulamentação.
Vereadores de São Paulo aprovam projeto de lei que proíbe atuação do aplicativo na cidade
Em votação definitiva, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, na noite dessa quarta-feira (9), a proposta que barra aplicativos como o Uber na capital paulista. De autoria do vereador Adilson Amadeu, o projeto de lei 349/2014 recebeu 43 votos a favor, três contra e cinco abstenções.
Agora, a Casa terá dez dias para encaminhar o projeto ao prefeito Fernando Haddad. O prazo para que o Executivo sancione ou não a lei é de 15 dias.
Minutos antes do início dos debates, a prefeitura apresentou uma emenda que prevê a abertura de uma brecha para que, futuramente, faça estudos para regulamentar o transporte individual de passageiros por meio de novas tecnologias.
Protesto
Mais cedo, milhares de taxistas bloquearam as ruas do centro de São Paulo pmanifestando à favor da proposta de lei. Balões infláveis com as inscrições “Fora, Uber” foram instalados no portão da Casa, que teve a entrada principal fechada. Além de discursar em carros de som aos gritos de “fora, clandestinos”, os permissionários soltaram rojões.
Eles receberam apoio de colegas de outros estados, como de Minas Gerais, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Foi o caso de Josmar de Souza Alves, de 38 anos, que viajou por 11 horas de Brasília e São Paulo para a manifestação. “A fiscalização do Uber no Distrito Federal é pouca para a quantidade de motorista clandestino”, disse.
Promoção
Em reação à manifestação, o Uber forneceu duas viagens gratuitas de até R$ 50 para os usuários da capital paulista. A campanha “São Paulo não para” foi realizada no período das 13h às 16h.