Venda de álcool líquido volta a ser proibida a partir do dia 30; consumidores em BH reclamam
'Vai fazer falta', diz empregada doméstica responsável por 17 gatos; medida havia sido revogada durante epidemia;
Revogada em 2020 durante a epidemia de Covid-19, uma vez que usado para a higienização de mãos e objetos ajudava a evitar a disseminação do vírus, o álcool líquido terá a venda proibida novamente a partir do dia 30 deste mês. A uma semana de a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entrar em vigor, consumidores reclamam.
Caso da empregada doméstica Juliana Rodrigues, protetora de animais e que cuida de 17 gatos em casa. Para ajudar na limpeza, ela utiliza o álcool 70%. E já imagina como será daqui a uma semana, quando não poderá mais comprar o produto.
“Vai me fazer muita falta pois esse 46% que vai ficar não me atende. Eu preciso de um que realmente limpe os locais para não correr o risco de eu ficar doente”.
A expectativa é que em duas semanas a disponibilidade seja apenas em outras formas, como gel. Uma outra alternativa caseira seria a utilização de vinagre, opção que não agrada a doméstica. “O problema é ficar sem um produto equivalente. Alguns falam para utilizar o vinagre, mas além de ficar fedendo a casa inteira, não tem a mesma eficácia. Podiam manter o álcool líquido mesmo”.
De acordo com o Ministério da Saúde, são registradas cerca de 150 mil internações por ano, em decorrência de queimaduras. Com base em levantamentos e consultas com participação da sociedade, a Anvisa explica que, em geral, a situação mais perigosa envolvendo queimaduras está relacionada ao uso do álcool no momento em que as pessoas acendem churrasqueiras e fogueiras.
Supermercados querem vender
A retirada de álcool líquido das prateleiras de supermercados foi criticada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade reivindica, junto à Anvisa, que a medida seja revista, sob o argumento de que “o consumidor já se acostumou a comprar [o produto] não só em farmácias, mas em supermercados de todo o Brasil”.
Segundo a Abras, “a proibição da comercialização retirará do consumidor o acesso ao produto de melhor relação custo-benefício, comprovadamente eficaz nos cuidados com a saúde, na sanitização de ambientes e na proteção contra doenças, incluindo a Covid-19”.
A Abras acrescenta que, desde a autorização da Anvisa em 2022, mais de 64 milhões de unidades de álcool líquido 70% foram comercializadas pelos supermercados. “O setor tem observado que o consumidor mantém a preferência pelo álcool 70% na forma líquida por não deixar resíduos em móveis e objetos”.
*Com informações da Agência Brasil