Após denúncias

VÍDEO: fiscalização encontra irregularidades no Aeroporto de Confins; 14 empresas são notificadas

“Última fiscalização como essa aconteceu em 2016 e constatamos que, de lá para cá, muito pouco melhorou”, avalia auditor

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 19/03/2024 às 18:57.Atualizado em 20/03/2024 às 16:33.
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O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, que fica em Confins, na região metropolitana, foi vistoriado nesta terça-feira (19) por auditores trabalhistas. Foram encontradas irregularidades, e 14 empresas foram notificadas e chamadas a apresentar documentos para análise em até uma semana.

No posto de abastecimento, por exemplo, foram identificados equipamentos e instalações que não são à prova de explosão.

“Havendo uma explosão, uma onda de calor se espalha por toda a instalação do aeroporto, porque alguns dos atuais equipamentos não têm o poder de barrar essa onda ou essa energia toda. A empresa terá que fazer adequações”, informou o auditor fiscal do Trabalho, Marcos Botelho, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE/MG).

A fiscalização começou às 8h e foi finalizada por volta das 16h. Para Botelho, que coordenou a operação, o principal problema estava no restaurante dos colaboradores.

“O refeitório novo ficou muito bom, mas sua localização é muito distante dos funcionários que precisam andar até 15 minutos para chegar lá, se alimentar em outros 15 minutos e têm mais 15 minutos para retornar ao trabalho. Mas o que acontece é que eles só têm 15 minutos de intervalo e não dá tempo, ficando todos sujeitos a punições, se não observarem o horário estipulado pela empresa”, observou.

Também foi apontada a necessidade de melhorias nos banheiros. “Como por exemplo, a empresa precisa regularizar funcionamento de banheiros, fornecimento de água, assentos de funcionários, porque são poucos e muito distantes levando-os a se sentarem até no chão ou em meio fio”, relatou Marcos Botelho.

Ainda segundo o auditor, foi verificada também a questão da ergonomia. Quem trabalha na carga e descarga de aeronaves precisa se ajoelhar para debaixo dos porões ou ficar em pé, mas com os joelhos bem fletidos (com os pés bem apoiados no solo), para conseguir se encaixar debaixo do porão.

“Aí, na hora de pegar a carga que desce pela esteira e colocar na carreta é um outro problema, porque exige que tenha sempre um funcionário dentro da carreta e também abaixado, para receber e posicionar devidamente a carga. Então, é um trabalho muito pesado, que pode ser melhorado com soluções disponíveis no mercado”, avaliou o auditor.

O fiscal relatou que chegou a carregar algumas malas com peso acima de 20 quilos. “O pessoal disse que são, mais ou menos, entre 12 a 13 aeronaves/dia então, imaginem, é uma carga de trabalho muito pesada para seis horas de trabalho”, apontou.

Botelho ainda encontrou máquinas que não estão em bom estado de conservação, como esteiras e tratores. E finalizou citando uma questão envolvendo a oficina de manutenção da empresa Swisspot, que teria um espaço avaliado como insuficiente para movimentação dos trabalhadores, 'causando problemas para a atuação deles com qualidade e segurança'. 

Prazo para melhorias

A fiscalização estabeleceu prazo de uma semana para receber das empresas a documentação exigida. Enquanto isso, os auditores irão analisar outros problemas denunciados, como jornada de trabalho e descanso, entre outros.

"Então, não conseguimos especificar um prazo para o fim dos trabalhos, porque depende de tudo que precisa acontecer, por exemplo, nas próximas semanas, por se tratar de demandas demoradas”, acrescentou o servidor.

O Hoje em Dia procurou a BH Airport, concessionária que administra o terminal, que informou estar "acompanhando de perto os desdobramentos da operação do Ministério do Trabalho e Emprego, que acontece também em outros aeroportos do Brasil".

A respeito dos levantamentos apontados durante a vistoria, a concessionária reforçou o "compromisso com um ambiente de trabalho seguro e uma gestão humanizada, baseada no respeito aos direitos humanos e no bem-estar físico e psicológico de todos os colaboradores da concessionária".

E afirmou que atua para garantir "o engajamento e cooperação de todas as empresas" que atuam no aeroporto - companhias aéreas, empresas auxiliares do transporte aéreo, fornecedores e cessionários.

"Estamos oferecendo todo o apoio necessário para viabilizar a solução e adequação das empresas às normas trabalhistas", finalizou a BH Airport.

* Matéria atualizada com o posicionamento da BH Airport

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