Transitar com o veículo em passarelas, calçadas, passeios é infração gravíssima, com penalidade de sete pontos na CNH e multa de R$ 880,41, como pontuou o Detran (Fernando Michel / Hoje em Dia)
Para impedir que motociclistas cruzem o Anel Rodoviário utilizando uma passarela de pedestres, a Prefeitura de Belo Horizonte instalou vigas de ferro na estrutura que liga a Vila Bernadete, na região do Barreiro, ao bairro Palmeiras, na região Oeste da capital. A medida, no entanto, tem impedido o acesso de cadeirantes que precisam atravessar a rodovia.
Foram, na verdade, duas intervenções. Na primeira delas, no último dia 6, foi instalada uma viga. A reportagem do Hoje em Dia esteve no local e constatou que, mesmo assim, motociclistas continuavam cortando caminho pela passarela.
A PBH decidiu, então, pela instalação de mais duas vigas para impedir a passagem ilegal dos veículos, o que acabou atrapalhando a vida de quem utiliza cadeiras de rodas.
PBH informou que as vigas foram colocadas no dia 8 deste mês para evitar a circulação de motocicletas no equipamento e garantir a segurança dos pedestres (Fernando Michel / Hoje em Dia)
Para o especialista em trânsito Osias Baptista, a instalação das vigas é válida, mas o impedimento do acesso de cadeirantes é um “erro de projeto”.
“Não foi um projeto bem feito! A cadeira de rodas gira no mesmo lugar. Há uma maneira de impedir a passagem de motos e garantir o acesso dos cadeirantes”, afirmou.
A PBH decidiu pela instalação de mais duas vigas para impedir a passagem ilegal dos veículos, o que acabou atrapalhando a vida de quem utiliza cadeiras de rodas (Fernando Michel / Hoje em Dia)
Em nota, a PBH informou que as vigas foram colocadas no dia 8 deste mês para evitar a circulação de motocicletas no equipamento e garantir a segurança dos pedestres.
Questionada sobre o impedimento do acesso de cadeirantes, disse que a Subsecretaria Municipal de Zeladoria Urbana (Suzurb) irá reavaliar as dimensões das barras.
Mais segurança
De acordo com a PBH, equipes da Suzurb fizeram uma vistoria da passarela para avaliar as condições de manutenção e conservação da estrutura, e que foi constatada a necessidade de reparos, como instalação de novas grades, pisos e ferragens. Moradora do bairro Palmeiras, Maria Lucia de Jesus, de 69 anos, utiliza a passarela com frequência. Aliviada, agradeceu a instalação dos equipamentos.
“A interdição que eles fizeram é vida para nós. Era pra ter sido feita há muito tempo. Eles não respeitavam a gente. A gente estava correndo o risco de ser atropelada pelas motos. Tinha que dar passagem para os motociclistas atravessarem e eles ainda respondiam mal. Estava quase a mesma coisa de passar na rodovia”, desabafa a idosa.
Motos na passarela
A Prefeitura de BH informou que a fiscalização sobre o trânsito na passarela não é de competência do Executivo. Por se tratar de uma rodovia federal, o trecho está sob a jurisdição do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Em nota, o DNIT disse que “a referida passarela está entre os bens sob responsabilidade da concessionária” Via 040. O Hoje em Dia entrou em contato com a empresa e ainda aguarda retorno.
Transitar com o veículo em passarelas, calçadas, passeios é infração gravíssima, com penalidade de sete pontos na CNH e multa de R$ 880,41, como pontuou o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran), com base no artigo 93 do Código de Trânsito Brasileiro.
Leia mais:
Prefeito de BH espera que parte das obras na Avenida Teresa Cristina fique pronta ainda este ano
Rodoviária de BH espera mais de 650 mil passageiros durante as férias de julho
Galpão que pegou fogo em BH não era licenciado pelos Bombeiros, diz corporação