Deu ruim

Vim, vi e não vendi: em meio à festa dos foliões, ambulantes ficam na bronca e relatam prejuízos

Muitos vendedores afirmaram que o Carnaval de 2024 foi o pior dos últimos anos; PBH vai se reunir com associação

Pedro Santos*
Pedro.sousa@hojeemdia.com.br
Publicado em 13/02/2024 às 20:20.

Frustração e prejuízo. É desta forma que ambulantes resumem a participação no Carnaval de Belo Horizonte em 2024. Após um tumultuado processo de credenciamento, os vendedores relataram problemas e desafios durante a folia deste ano. Dentre as falhas, segundo eles, a concorrência desleal. O grande número de foliões que preferiu levar as bebidas de casa, seja no cooler ou na mochila térmica, também teria atrapalhado as vendas.

A ambulante Ione Miranda, de 50 anos, conta que trabalha na folia em BH há seis anos. Para ela, 2024 foi o ano com as piores vendas. Segundo a vendedora, a concorrência estava "gigante".  Ela disse que sequer conseguiu recuperar o dinheiro investido na compra das bebidas.

"Se eu pudesse dar uma nota, daria 1 em 5, de tão ruim. Tive  foi prejuízo. Para você ter ideia, investi R$ 1 mil e não consegui repor o que paguei".  

Elson dos Santos, de 59 anos, trabalha na festa de BH desde 2013. Acostumado a trabalhar em grandes eventos, ele reclama da "invasão" de vendedores, inclusive, de outros municípios, que não poderiam atuar na folia da capital. "Tem muitos de outras cidades, atrapalhou quem está aqui. Pessoal está tropeçando um no outro", diz.

Ambulante desde o Carnaval de 2019, a técnica de enfermagem Beatriz Almeida de Carvalho também revelou que este ano é o que teve mais concorrência. A mulher de 46 anos também destacou que a maioria dos foliões está economizando, levando coolers de casa, o que dificulta as vendas. 

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que vai se reunir com a associação dos ambulantes para avaliar a situação. Segundo a administração municipal, a fiscalização contou 600 profissionais, que realizam uma média de 700 ações diárias.

"Grande parte desse número refere-se a abordagens orientativas e também apreensões de mercadorias em desconformidade com as normas do cadastro a exemplo de comercialização de bebidas em vasilhames de vidros". 

* Com Bernardo Haddad
*Estagiário sob supervisão de  Renato Fonseca

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