Violência: escola de Contagem é comparada à penitenciária Nelson Hungria

Gabi Santos - Hoje em Dia
Publicado em 26/09/2013 às 07:38.Atualizado em 20/11/2021 às 12:46.

Os constantes casos de violência e ameaças contra professores e funcionários de escolas municipais de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, chegaram a um nível insuportável, denunciam trabalhadores do setor que pediram anonimato, com medo de represálias.

Segundo eles, a Escola Municipal Ápio Cardoso, no bairro Nova Contagem, é chamada por adolescentes de “Nelson Hungria Júnior”, referência ao presídio localizado no mesmo bairro e onde estão alguns dos mais perigosos bandidos de Minas.

Muitos alunos dessa e de outras escolas costumam responder, quando indagados sobre suas salas de aulas, que estão no “pavilhão 3 ou 9”, como se fossem alas da penitenciária.

O diretor da Ápio Cardoso, Alberto Araújo, disse que brigas de alunos são comuns, além de ameaças de agressões contra professores e funcionários da diretoria. Ele mesmo foi ameaçado três vezes e teve os pneus do carro cortados e a pintura riscada, como forma de intimidação.

“Tivemos invasões neste ano, e um grupo de 25 homens pulou o muro e percorreu toda a escola, mas não conseguiu entrar nas salas. Agora, precisamos de vigilância capaz de evitar isso. Temos promessa da secretaria de que um guarda municipal fará a segurança até que as obras de reforço do muro sejam finalizadas”.

Há dois dias, a escola foi invadida por estranhos, que abriram um buraco no muro, ao lado de uma placa de ferro colocada pela Secretaria de Educação do município para fechar outro buraco feito por bandidos na semana passada, quando tentaram arrombar as salas e foram impedidos por grades.


Fechamento

O diretor do Sindi-UTE, Gustavo Olímpio, disse que a grande preocupação dos pais, atualmente, é que seus filhos sejam vítimas de violência nas escolas. Ele afirmou que outras seis unidades de Contagem correm o risco de fechar, temporariamente, por causa das ameaças contra professores e alunos, além das brigas.

São elas: Ana Guedes (Nova Contagem); Giovanini Chiodi (Ipê Amarelo); Otacir Nunes (Funcionários); Geraldo Basílio (Colonial); Babita Camargos (Centro); Isabel Nascimento (Petrolândia). O diretor do Sindi-UTE disse que essas escolas são as que mais sofrem com a violência promovida por adolescentes e criminosos em Contagem.


Policiamento será reforçado no local
 
O comandante do 18º Batalhão, coronel José Antônio, disse que a presença da polícia será reforçada na escola Ápio Cardoso. Segundo ele, a PM desconhece quaisquer outras denúncias de violências nas instituições listadas pelo Sind-UTE e pede aos diretores e pais de alunos que registrem as ocorrências e acionem o 190 quando forem alvos de criminosos.

“Todas as quatro companhias do nosso Batalhão têm uma patrulha escolar que faz visitas rotineiras e realiza vários projetos preventivos nas escolas”, afirma o comandante.

O Hoje em Dia entrou em contato com a Secretaria de Educação de Contagem, por meio da assessoria de imprensa da prefeitura, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta sobre a situação de insegurança que ronda as escolas do município.

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