(Carlos Rhienck)
Além dos baixos salários e da falta de condições para trabalhar, professores da rede pública, em Belo Horizonte, convivem com a violência. A cada dois dias, há um registro de agressão nas escolas. Segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social, no ano passado, houve 174 ocorrências do tipo na capital.
O número, 30% inferior ao de 2010 (com 250 registros), não minimiza a sensação de insegurança. Na quinta-feira, um professor de física levou um soco, no rosto, de um aluno de 17 anos do 3º do ensino médio. A confusão aconteceu na Escola Estadual Santos Dumont, em Venda Nova, durante a entrega das notas de uma prova.
O professor, de 37 anos, revidou às agressões. Uma aluna que tentou apartar a briga também se feriu em um dos braços, e o caso foi parar na delegacia. As aulas foram interrompidas.
Tráfico e agressão
Criado no ano passado, o disque-denúncia do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinpro) recebeu 131 ligações, 43,5% delas referentes à rede particular.
De acordo com o Sinpro, 20% dos docentes pesquisados já presenciaram tráfico de drogas na escola e mais da metade (62%) disse ter visto agressão verbal. Outros 24% presenciaram agressão física.
O diretor do Sinpro Minas, Aerton Silva, acredita que a violência nas escolas acontece com mais frequência que o registrado. “Muitos professores não denunciam por medo de retaliações e de perder o emprego”.
Um professor de português, que não quis se identificar, sofreu ameaças. “Após uma prova, um aluno mencionou que eu poderia ficar em uma cadeira de rodas caso aplicasse avaliações difíceis”.
Campanhas
Segundo a Secretaria de Estado da Educação, ações são tomadas para prevenir a violência. “Estamos tentando desfazer as barreiras entre alunos e professores por meio de campanhas de humanização”, afirma a secretária-adjunta Maria Sueli Pires.
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