Infecção Viral

Virologista diz que transmissão comunitária de Monkeypox em BH 'acende alerta’

Clara Mariz
@clara_mariz
13/07/2022 às 21:04.
Atualizado em 13/07/2022 às 21:07

Doença de mesmo nome, provocando erupções na pele e infecção parecida com a gripe; lesões geralmente surgem no rosto, antes de se espalharem pelo restante do corpo (Centers for Disease Control and Prevention / Divulgação)

O anúncio de três casos de contaminação comunitária de Monkeypox em Belo Horizonte acende um alerta sobre a velocidade de transmissão da doença que já é endêmica em países da África. Os registros foram confirmados nesta quarta-feira (13) pela Secretaria de Saúde da capital mineira. Dezoito pessoas já testaram positivo para a doença. 

De acordo com o virologista e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca, estamos vivendo uma situação “atípica”. Ele afirma que, até o momento, não existia um surto com velocidade e magnitude de espalhamento tão grande para uma doença.

“Se a gente considerar que o vírus é transmitido pelo contato físico com uma pessoa infectada, já com as erupções na pele, ou pelo contato com gotículas de saliva, podemos ver que há um diferencial no vírus”, explicou o professor da Universidade Federal de Minas. 

Para o virologista, mesmo sendo alarmante, o anúncio de contaminação comunitária não é surpreendente, tendo em vista que, em outras grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, a maioria dos casos têm esse tipo de transmissão.

Conforme o último boletim do Ministério da Saúde, até esta quarta-feira, foram registradas 310 contaminações pelo vírus. Veja a distribuição dos casos por estados no fim da matéria. 

Pandemia 

Mesmo com a alta velocidade de transmissão, o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca, diz que as chances do surto se transformar em uma pandemia como a da Covid-19 são baixas.

Ele explica que isso se dá pelo fato de que parte da população maior de 50 anos, mesmo não tendo imunidade contra esta doença, já se vacinou contra a varíola, na década de 1970. 

A OMS diz que estudos confirmaram que a vacinação contra a varíola tradicional demonstra eficácia de cerca de 85% na prevenção da versão do macaco.

Apesar de os imunizantes das duas doenças serem distintos, eles são produzidos da mesma forma e geram proteção cruzada contra os orthopoxvírus.

Prevenção 

Diferentemente da Covid-19, a transmissão da Monkeypox é feita através do contato físico e por gotículas grandes de saliva. Por isso, a melhor maneira de prevenção contra a doença é a vigilância e o isolamento em casos de suspeita da doença. 

“Como as erupções da Monkeypox são semelhantes às da catapora, o indicado é que, caso a pessoa apresente qualquer sintoma, ela vá até um hospital para que seja feita a testagem e se isole”, diz Flávio da Fonseca. 

Além do isolamento, o uso de máscara próximo a pessoas contaminadas é essencial para frear a transmissão do vírus. 

Veja a distribuição dos casos por estados:

  • 217 - São Paulo;
  • 45 - Rio de Janeiro;
  • 22 - Minas Gerais;
  • 6 - Paraná;
  • 4 - Goiás;
  • 4 - Distrito Federal;
  • 3 - Rio Grande do Sul;
  • 3 - Ceará;
  • 3 - Rio Grande do Norte;
  • 2 - Bahia.
  • 1 - Pernambuco

Confira os sintomas da Monkeypox:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares e dores nas costas
  • Linfonodos inchados
  • Arrepios
  • Exaustão
  • Uma erupção cutânea que pode se parecer com espinhas ou bolhas que aparecem no rosto, dentro da boca e em outras partes do corpo, como mãos, pés, peito, genitais ou ânus.
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