O sofrimento de famílias atingidas pela chuva no interior de Minas Gerais motivou dezenas de voluntários de Belo Horizonte a organizar uma verdadeira corrente do bem. Em menos de uma semana, alimentos, roupas e remédios foram recolhidos e, nesta quinta-feira (2), deixam a capital mineira para levar um pouco de esperança aos que perderam tudo nos temporais dos últimos dias.

Mantena e Aimorés, no Rio Doce, foram as cidades escolhidas para receber o material doado. Juntas, já somam mais de 12 mil desabrigados e desalojados.

“Fizemos visitas a vários municípios que decretaram situação de emergência e escolhemos aqueles onde a situação era mais grave”, contou Noedson Dornelis, coordenador da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra).

Embora a iniciativa tenha sido organizada pela instituição adventista, ele conta que igrejas de diferentes credos ajudaram a recolher os donativos. “Além disso, jovens voluntários bateram de porta em porta, e fomos surpreendidos com a solidariedade do povo mineiro”, disse.

Até a última quarta-feira (1º), tinham sido arrecadadas 40 toneladas de alimentos, 10 mil peças de roupas e mil litros de água mineral, além de colchões e remédios. Os caminhões saem de Belo Horizonte às 14h desta quinta-feira (2), chegando amanhã em Mantena e, no sábado, em Aimorés.

Quem ainda quiser fazer doações deve levar os materiais para a avenida Portugal, 931, no bairro Jardim Atlântico, na região da Pampulha, até o meio-dia desta quinta-feira (2).

Balanço

Cinquenta e nove municípios decretaram situação de emergência por causa das chuvas em Minas Gerais. Outras 44 cidades foram atingidas por eventos adversos, segundo o último boletim divulgado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).

Até o momento, apenas Sardoá, no Rio Doce, decretou estado de calamidade pública.á, cinco integrantes de uma mesma família morreram soterrados, em 17 de dezembro.

Vinte e duas pessoas morreram e 88 ficaram feridas em decorrência das chuvas que atingiram, sobretudo, a região do Vale do Rio Doce. Além disso, 9.205 pessoas estão desalojadas e 3.015 desabrigadas. As perdas materiais somam 7.729 casas danificadas e 253 destruídas.

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