Minutos antes do julgamento, Ércio Quaresma tumultua tribunal

Ana Clara Otoni e Amanda Paixão - Do Hoje em Dia
19/11/2012 às 09:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:23

(Frederico Haikal )

Marcado para começar às 9 horas, desta segunda-feira (19), o julgamento do goleiro Burno Fernandes e de outros quatro réus vai começar com atraso. Por volta das 9h17, a juíza Marixa Fabiane avisou no microfone do tribunal do júri, no Fórum de Contagem, que o atraso ocorria devido à demora de algumas testemunhas que ainda não haviam chegado. Enquanto isso, os advogados preparam-se para acertar os últimos detalhes.

Um dos advogados do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, Ércio Quaresma, interpelou a juíza Marixa Fabiane sobre o assento reservado a ele durante o julgamento. Segundo Quaresma, Rui Pimenta sentou no lugar dele e, por isso, ocorreu a confusão. Ele pediu a juíza para que resolvesse a questão. Marixa  permitiu que ele se assentasse no local, pois teria achado que não havia ninguém na cadeira.

"Eu achei que não tinha ninguém, não sabia que já estava ocupado. O senhor me perdoe", afirmou. Em seguida, a juíza concedeu cinco minutos para que os dois resolvessem a questão que, segundo, ela era "pequena".

A Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-MG foi convocada como observadora para garantir os preceitos básicos dos advogados e a ética. E logo antes de começar o julgamento, a comissão já teve que atuar. Isso porque o advogado Ércio Quaresma interpelou a vice-presidente da comissão, Cíntia Ribeiro de Freitas, para resolver um impasse com o escrivão. O jurista alegava falta de estrutura no local.

Ele pediu seis tomadas para ligar os computadores. A juíza intercedeu "em deferência" a Ércio Quaresma explicando que a imprensa, por exemplo, trouxe adaptadores de tomadas. Em seguida, os ânimos se acalmaram quando a juíza determinou que cada advogado que representa um réu teria direito a uma tomada.

O promotor Henry Wagner também já está posicionado, assim como as 25 pessoas convocadas para compor o júri. Logo, um sorteio será feito e sete jurados serão escolhidos. No tribunal do júri, dos 100 lugares há vagas reservadas para estudantes de direito e advogados, além da imprensa.  A repercussão nacional e internacional do caso fez com que o julgamento despertasse grande interesse jurídico. O advogado Fernando Antônio Santos, da Comissão de Assuntos Presidiários, da Ordem dos Advogados de Minas Gerais (OAB-MG) disse acreditar na maturidade da sociedade mineira para julgar com isenção e sem pré-jugalmentos.

Imprensa

Quaresma pediu para a juíza retirar a imprensa do local e disponibilizar o espaço apenas para as emissoras de televisão. O advogado queria que todo o julgamento fosse transmitido em rede nacional. Ele reclamou que as famílias dos réus não conseguiram assistir ao julgamento por falta de espaço e, por isso, as imagens deveriam ser liberadas para que parentes e amigos pudessem acompanhar em qualquer lugar do país. "Desde os grotões mais densos do Amazonas todos poderiam ter direito de assistir a esse julgamento". Em seguida, Quaresma voltou atrás no pedido devido ao tumulto que causou no tribunal. Por fim, Marixa permitiu uma entrada rápida dos profissionais da imprensa para registro de imagens.
 




 

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