Desde a semana passada a indústria automotiva tem adotado medidas para combater a pandemia do coronavírus Covid-19. A princípio, fabricantes anunciaram suspensão de eventos de lançamentos, como Ford, Volvo e General Motors, que tinham programações para esta semana. Mas com o agravamento das infecções, o setor resolveu paralisar suas linhas de montagem a partir da semana que vem.
Há uma semana, o discurso era de que o elevado índice de nacionalização de componentes não impactaria na produção, uma vez que a dependência de peças importadas é pequena. Agora, o problema está no risco de contágio dentro das fábricas e escritórios.
A Anfavea, associação que engloba os fabricantes no país, emitiu comunicado informando que as empresas analisem suas operações e tomem as medidas de precaução. Segue a nota: Com foco na segurança e na saúde dos familiares e funcionários das montadoras associadas à ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), informamos que, em função do agravamento da crise gerada pelo COVID-19, todas as nossas empresas estão analisando e se preparando para tomar ações de paralisação das suas fábricas no Brasil, e discutindo caso a caso com seus respectivos sindicatos.
Férias Coletivas
Algumas marcas já anunciaram a suspensão das atividades. A Toyota irá suspender as operações nas quatro fábricas a partir do dia 24 de março, com férias coletivas. A Toyota tem fábricas em São Bernardo do Campo, Sorocaba,Indaiatuba e Porto Feliz, todas no interior de São Paulo. Apesar da paralisação das fábricas, a japonesa garante que o fornecimento de peças de reposição para veículos será mantido.
A Volkswagen também decidiu interromper a fabricação em todas as linhas de montagem em São Paulo e Paraná. A alemã também deu férias coletivas para seus 15 mil funcionários, exceto para os setores administrativos, que adotaram sistema remoto (home office). Na argentina a VW também suspendeu as atividades da planta de Coronel Pacheco, na região metropolitana de Buenos Aires.
A General Motors também iniciará as férias coletivas nas sete unidades do país, entre os dias 30 de março e 12 de abril. No mesmo caminho a Ford também deu férias coletivas nas unidades de Camaçari (BA), Horizonte (CE), Taubaté (SP) e Tatuí (SP), entre os dias 23 de março a 13 de abril.
Já a FCA (Fiat-Chrysler) anunciou redução gradual das operações a partir do dia 24 nas unidades de Betim (MG), Goiana (PE) e Campo Largo (PR). A partir do dia 27 terá início a paralisação total. A retomada das atividades está prevista para o dia 21 abril. Junto com a suspensão das atividades, também foi cancelado o lançamento da nova geração da Strada, programado para o dia 6 de abril.
Em Santa Catarina, a BMW anunciou que interromperá a produção a partir do dia 30 de março, na unidade de Araquari. As férias coletivas durarão até o dia 22 de abril.
Caminhões e ônibus
A Mercedes-Benz também engrossa a lista de fabricantes que darão férias coletivas. Entre os dias 25 e 27 de março, ela dará folga de banco de horas. A partir do dia 30 iniciam as férias coletivas, que irão até o dia 19 de abril, em todas suas unidades: São Bernardo do Campo, Campinas e Iracemápolis, em São Paulo, além da unidade de Juiz de Fora (MG). Já a Nissan, também adotou para as atividades administrativas e em seus escritórios. Por hora, manterá a produção na unidade de Resende (RJ).
A Scania terá período de férias coletivas para 3.000 funcionários da unidade de São Bernardo do Campo. Segundo a Anfavea, a sueca suspenderá a produção entre os dias 30 de março e 13 de abril. Um dos fatores para a paralisação é a falta de peças na linha de montagem.
Volvo também irá interromper as atividades na planta de Curitiba (PR), entre os dias 30 de março a 27 de abril, onde trabalham 3,7 mil funcionários. Na mesma toada a MAN, também dará férias para os funcionários da planta de Resende (RJ), entre os dias 30 de março e 13 de abril.
Outras montadoras ainda deverão anunciar medidas até o final do dia de hoje (20).