Montes Claros 151 anos: Mais ciência e progressão de mercado

Jornal O Norte
04/07/2008 às 10:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:37

Valéria Esteves


Repórter

Cento e cinqüenta e um anos de vida faz o Arraial das Formigas. O pequeno Arraial se tornou cidade ostentando uma média de mais de 300 mil habitantes com política acirrada com quase 200 mil eleitores, e uma economia em arregimentação constante.

É isso mesmo, prestes a inaugurar a fabricação de biodiesel, a usina da Petrobras deve movimentar a economia norte-mineira, mas será Montes Claros o pólo de encontros de investidores que já estão de antenas ligadas no mundo do agrobusines regional.

O número de pessoas que hoje tem seu negócio próprio, conforme o Sebrae, apesar de ser na maioria das vezes fincados no setor informal tem crescido. Sobretudo, tem aumentado também a receita gerada pelo consumo fora de casa, haja vista que Montes Claros se tornou um grande centro universitário, o que implica em mais construções civis para atender essa demanda para hospedar os estudantes, entre outros fatores preponderantes.

A pesquisa também tem sido beneficiada. Nos próximos meses, a Epamig- Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais vai implantar uma fazenda experimental em Montes Claros para atuar justamente na demanda de questões como solos do Cerrado e comportamento das culturas dentro desse bioma. Um ganho para o município que também conta com as pesquisas agropecuárias da Universidade estadual de Montes Claros e com a vontade da Fundetec- Fundação de desenvolvimento científico e tecnológico do Norte de Minas de tornar o que é vocação da região, o agronegócio, num berço de ciência e bons negócios, como diz o chefe da Epamig, Marco Antônio Viana Leite, agora também diretor da Fundação.

E por falar na Fundetec há que se destacar a construção do centro de convenções e do parque tecnológico regional do agronegócio. O governo de Minas deve investir uma média de R$ 70 milhões na região através do parque tecnológico.

Para Alexandre Ramos, presidente da Fundação, o envolvimento do governo de Minas num empreendimento que possibilitará investimentos da ordem de R$ 70 milhões na região, dá garantias ao empresariado de que o poder público tem real interesse pelo desenvolvimento regional e está disposto a investir na melhora da infra-estrutura para que a iniciativa privada tenha as condições necessárias para viabilizar seus empreendimentos.

Para a implantação do Centro Tecnológico da Epamig, a Fundetec vai disponibilizar um dos cinco galpões já existentes na área onde será implantado o Parque.

EMPREENDIMENTO

O empreendimento vai contar com investimentos da ordem de R$ 77 milhões, numa área de 315 mil metros quadrados, sediada no Distrito Industrial de Montes Claros.

No caso do Centro de Convenções, que ficará anexado ao Parque, o ministério do Turismo liberou cerca de R$ 4 milhões, sendo que o empreendimento gira em torno de R$ 13 milhões.

A Fundetec, segundo informou sua assessoria, acredita que a implantação do Parque Tecnológico é um projeto de fundamental importância para o incremento de diversas cadeias produtivas da região, tendo em vista que viabilizará um melhor aproveitamento das potencialidades da região nas áreas de fruticultura, bovinocultura de corte e de leite, ovinocaprinocultura, álcool, biodiesel, cachaça e silvicultura.

- Desta forma, envolvimento dos deputados estaduais e do governo do Estado na viabilização do projeto é de fundamental importância, sobretudo pelo fato de que o empreendimento prevê a criação de 220 novas empresas e a geração de oito mil novos empregos diretos - afirma Alexandre Ramos.

AGROPECUÁRIA

Os pecuaristas tanto quanto os pequenos agricultores também continuam sua luta por melhores condições. No caso dos agricultores ainda há a esperança de inseri-los no processo produtivo do biodiesel, mas por enquanto a produção de mamona, oleaginosa escolhida no momento pela Petrobras para produção do biocombustível renovável ainda é um desafio devido ao alto custo de produção. A Emater vai prestar assistência técnica e a Conab- Companhia nacional de Abastecimento é que vai dirigir o caminhar dessa cadeia produtiva. Os produtores ainda esperam que o governo federal lhes proporcione incentivos para a produção de mamona, já que outras oleaginosas como o pinhão- manso propõe maior viabilidade econômica.

Já os pecuaristas tiveram tempos difíceis com a seca intensa no ano passado, apesar de a arroba está com boa cotação no mercado, cerca de R$ 82 preço pago ao produtor pelo frigorífico Independência. Segundo a Emater a tendência é que o preço da arroba aumente nos próximos meses, mas há um decréscimo na oferta de boi gordo na região, sendo o frigorífico já está tendo que recorrer a outras regiões produtoras como São Paulo.

Mas hoje Montes Claros tem muito que comemorar grandes transformações estão acontecendo no cenário econômico, apesar de a inflação está em constante elevação no Brasil. E que venham outros 151 anos pela frente de grande desenvolvimento como esperam os montes-clarenses da terra da cultura e da agropecuária.

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