RIO DE JANEIRO - Os moradores da favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio, vão promover uma vigília a partir das 19h desta quinta-feira (29), data que marca 20 anos da chacina na região. Em 1993, um grupo de extermínio invadiu casas da comunidade e executou 21 moradores. Nenhum deles tinha vínculo com o tráfico.
Entre as vítimas, estavam todos os integrantes de uma mesma família de sete pessoas. Mais de 50 homens armados e encapuzados participaram da ação criminosa dentro da favela. Para o Ministério Público, o crime foi motivado por vingança. Os policiais teriam invadido Vigário Geral para vingar a morte de quatro colegas, assassinados em uma cilada atribuída ao traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, da facção CV (Comando Vermelho).
Somente sete dos 52 PMs acusados formalmente pelo crime foram condenados. Os outros foram absolvidos por falta de provas.
Dos sete condenados, segundo reportagem do jornal O Globo, três foram absolvidos em um segundo julgamento, um morreu e outros dois foram beneficiados pela Justiça, com extinção da pena e liberdade condicional. Apenas um dos responsáveis pelo massacre em Vigário Geral continua preso.
A Associação de Familiares de Vítimas da Chacina de Vigário Geral organiza um debate sobre os 20 anos da chacina na sexta-feira (30), das 10h às 13h, no Tribunal do Juri, no centro do Rio. Entre os participantes estará o desembargador José Muiños Piñeiro Filho, que acompanhou o caso na Justiça, e a presidente da associação de Vigário Geral, Iracilda Toledo Siqueira, que era casada com Alberto de Souza, uma das vítimas da chacina.