CIDADE DO VATICANO - O mordomo do Papa Bento XVI, Paolo Gabriele, acusado de ter transmitido a pessoas de fora do Vaticano documentos reservados, provavelmente será julgado por um tribunal deste pequeno país, indicou nesta segunda-feira (6) seu advogado a meios de comunicação italianos.
Entre quinta-feira (9) e sábado (11) se saberá sobre o julgamento de Gabriele, acusado de vazamento de documentos confidenciais de Bento XVI.
Gabriele saiu da prisão no dia 21 de julho, mas se encontra desde então sob prisão domiciliar. Se não for levado à justiça, será absolvido.
"Pensamos que se decidirá por enviá-lo à justiça", declarou um de seus advogados, Carlo Fusco. Gabriele é a única pessoa que ainda permanece acusada neste caso. É acusado de "roubo agravado".
"Não existem elementos novos no plano judicial", acrescentou Fusco, que negou "terminantemente" que Gabriele pudesse ter sido utilizado como bode expiatório neste caso.
Se for julgado, o mordomo pode ser condenado a uma pena de um a seis anos de prisão, mas o Papa pode optar por perdoá-lo quando quiser, se assim o decidir.
Caso e pai de dois filhos, Paolo Gabriele era um dos poucos laicos com acesso aos apartamentos do Papa.
É acusado de "roubo com agravante" por ter retirado do escritório de seu superior hierárquico, Monsenhor Georg Gänswein, secretário particular do Papa, muitas mensagens, cartas e e-mails altamente confidenciais, alguns dirigidos ao próprio Joseph Ratzinger, e de copiá-los para transmiti-los ao exterior do Vaticano.