Motor flex não é dez, mas salvou o álcool

Publicado em 13/05/2016 às 17:09.Atualizado em 16/11/2021 às 03:25.

O mundo inteiro está atrás de novas fontes de energia, de alternativas ao combustível fóssil. Existem diversas possibilidades de não derivados do petróleo para movimentar veículos, todas mais “limpas”: energia elétrica, solar, combustíveis vegetais (como o álcool e o biodiesel). E também outras tão poluentes ou mais, como o carvão. Propostas não faltam. 

No Brasil, a solução “limpa” foi o álcool-motor. O governo federal lançou um programa na década de 70, o “Pró-álcool”. A campanha publicitária dizia “Carro a álcool: um dia você vai ter um”. E todo mundo aderiu, tanto que os automóveis a etanol chegaram a representar mais de 95% da produção da indústria. Carros a gasolina eram convertidos para o álcool.

Mas a falta de planejamento do governo resultou na falta de etanol nas bombas no final dos anos 80. Sem possibilidade de abastecer com gasolina, motoristas formavam filas quilométricas nos postos para abastecer com álcool. E motores a etanol foram convertidos para a gasolina...que sobrava no país. Um melancólico final do Pro-Alcool.

E nem se falou mais em carro a etanol até que, em 2003, com a ajuda da eletrônica, surgiu a tecnologia flex que permitia a livre escolha do motorista.

Era sua independência energética: poderia abastecer com gasolina ou etanol, em função do preço ou de suas necessidades. 

Em termos de eficiência, como se situa o flex em relação aos outros combustíveis? É uma boa solução, mas não é nota dez, pois o motor deve contemplar os dois combustíveis, servir aos dois patrões. Não é a melhor solução para gasolina, nem para ao etanol. Porém, uma tecnologia razoável e respeitada em todo o mundo.  Ela existe também nos EUA, em menor escala. 

Experts no assunto defendem o desenvolvimento de um motor exclusivamente a etanol, como no passado, que seria mais eficiente que o flex. Além de ser um combustível renovável, mais “limpo” por ter baixo índice de emissões de carbono e, finalmente, não ser derivado do petróleo. Mas fica uma dúvida no ar: é confiável ter uma gigantesca frota de carros a álcool e ficar dependente das variações de caixa e do humor dos usineiros?

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