Motoristas de aplicativos articulam greve nacional no dia 17

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
11/03/2021 às 19:46.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:23

(WhatsApp/Divulgação)

A insatisfação dos motoristas de aplicativos com a remuneração das operadoras pode fazer com que o serviço seja interrompido nacionalmente na próxima quarta-feira (17). Pelas redes sociais, profissionais articulam paralisação para forçar as empresas a reajustar as tarifas. 

Em média, motoristas de APP recebem R$ 1,18 líquidos por quilômetro rodado. De acordo com o presidente do Clube dos Motoristas de Aplicativos, Warley Leite, os valores das tarifas não são reajustados há cinco anos. “Existe uma defasagem absurda nas tarifas e nenhum indicativo das operadoras de que os valores serão reajustados”, explica.

Outra reclamação frequente é de que as operadoras priorizam corridas de valores promocionais. Daniel Cardoso, de 63 anos, passa pelo menos 8 horas ao volante rodando por Betim, na Grande BH, afirma que, após três anos de atuação, tem visto a função cada vez mais precarizada.

“Há dias em que fico parado 20, 30 minutos entre uma corrida e outra porque não habilito corridas promocionais. Os valores são muito baixos e, infelizmente, aceita-las é pagar para trabalhar”, lamenta.

Mesmo com tantas reclamações, alguns profissionais ouvidos pela reportagem do Hoje em Dia garantiram, ontem, que não pretendem parar as atividades no dia 17. A alegação é de que, com a crise econômica provocada pela pandemia, ninguém poderia se dar ao luxo de cruzar os braços.

É o caso de C. S., de 39 anos, e de N. A., de 51, que pediram para ter apenas as iniciais publicadas. Ambos afirmam que, mesmo cientes de que as tarifas estejam defasadas, pretendem aproveitar o menor fluxo de motoristas nas ruas para faturar mais. 

“A gente sabe que as coisas não estão boas, mas parar também não será solução. Infelizmente, nesse tipo de serviço, é cada um por si”, acredita N.. 

“Vai ser um dia com menor fluxo de carros e as tarifas vão ficar mais caras. Eu não vou parar. Vou tentar aproveitar o máximo”, explica C..

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