O Ministério Público Federal em Brasília informou nesta quinta-feira, 31, que denunciou na quarta-feira, 30, à Justiça mais seis pessoas por envolvimento na manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda. Dentre os denunciados, estão Joseph Yacoub Safra, acionista majoritário do Grupo Safra, e João Inácio Puga, ex-dirigente do mesmo grupo empresarial. Os dois são acusados de negociar propinas de R$ 15,3 milhões com servidores da Receita Federal para obter decisões favoráveis do órgão à empresa. Eles vão responder por
corrupção passiva. João Inácio Puga também responderá por falsidade ideológica.
A ação penal integra a Operação Zelotes e é a terceira apresentada desde o início das investigações da força-tarefa, segundo informa o MPF em nota. A denúncia que envolve o Grupo Safra é resultado do inquérito instaurado parar apurar suspeitas de irregularidades no andamento de três processos administrativos de interesse da empresa JS Administração de Recursos, pertencente ao grupo. Os recursos apresentados pelo contribuinte questionavam a cobrança de tributos que, em valores de agosto de 2014, somavam R$ 1,49 bilhão e que, atualmente, chegam a R$ 1,8 bilhão.
O Ministério Público explica que, a partir da análise de conversas interceptadas em meados de 2014 e de documentos apreendidos durante as investigações, ambas medidas autorizadas pela Justiça, os investigadores concluíram que dois servidores da Receita e dois ex-servidores pediram propina de R$ 15,3 milhões para conseguir decisões favoráveis ao Grupo Safra junto aos conselheiros do Carf.