MP-RS deflagra segunda operação contra fraude do leite

Gabriela Vieira
22/05/2013 às 15:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:54

Uma segunda operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul prendeu ao menos mais quatro pessoas acusadas de participar do esquema de adulteração de leite no Estado. Outros dois mandados de prisão e sete de busca e apreensão serão cumpridos nas cidades de Rondinha, Boa Vista do Buricá e Horizontina nesta quarta-feira, 22. A fraude do leite, que consiste na adição de uma mistura de água e ureia (que contém formol, elemento cancerígeno) ao leite por empresas transportadoras, veio a público no dia 8 de maio.

Os empresários Antenor Pedro Signor e Adelar Roque Signor e o funcionário deles, Odirlei Fogalli, foram presos nesta manhã no município de Rondinha. Na noite dessa terça-feira, 21, o empresário e vereador de Horizontina, Larri Lauri Jappe, também foi detido pelo MP. Jappe, que já estava sob a investigação do Ministério, teve sua prisão preventiva decretada após escutas telefônicas comprovarem que ele pretendia fugir do País.

De acordo com informações do MP-RS, somente no município de Rondinha onze laudos do Ministério da Agricultura confirmaram a presença de formol no leite cru entre os meses de fevereiro e maio deste ano. No total, 113 mil litros de leite foram considerados impróprios para o consumo. Esse produto era vendido para a Confepar, grupo de cooperativas agropecuárias no norte do Paraná. As investigações apontam que Daniel Villanova, já denunciado pelo MP, como responsável pelo contato entre os transportadores e as cooperativas.

A segunda fase da operação "Leite Compensado" pretende combater a fraude do leite em outros dois núcleos do Estado gaúcho, segundo o promotor Mauro Rockenbach, responsável pela a ação. Além das prisões, foram apreendidos nesta manhã três caminhões utilizados para o transporte de leite e notas fiscais que compravam a compra de ureia, além de dados sobre o recolhimento da bebida com os produtores.

Segundo Rochenbach, a indústria leiteira da região estava ciente desde fevereiro deste ano que não deveria utilizar o leite cru recebido dos posto de resfriamento onde os laudos comprovaram a presença de formol . No entanto, não há como atestar se a medida foi ou não cumprida. "Quem deve responder isso são os responsáveis por cada empresa", afirmou o promotor.
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