MPF investiga conduta de racismo de professor da Ufes

Estadão Conteúdo
06/11/2014 às 10:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:55

O Ministério Público Federal instaurou um procedimento investigativo criminal contra um professor de economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para apurar possível conduta de racismo. Manoel Luiz Malagutti afirmou aos alunos do 2º período de Ciências Sociais, em uma discussão sobre cotas raciais na segunda-feira, 3, que "se tivesse que escolher entre um médico branco e um negro, escolheria o branco".

Em entrevista ao jornal Gazeta Online, o professor confirmou a declaração e reafirmou os argumentos. "Os negros, em média, eles vêm de comunidades menos privilegiadas, para a gente não usar um termo mais forte. Nesse sentido, eles não têm uma socialização primária na família que os torne receptivos aos trâmites da universidade".

O professor foi afastado das aulas com 2º período, mas, de acordo com a Ufes, ainda pode lecionar em outras salas. Em entrevista realizada nesta quarta-feira, 5, o reitor da instituição, Reinaldo Centoducatte, afirmou que foi criada uma comissão de sindicância que terá prazo de 30 dias para apurar se a denúncia é verdadeira.

Ele ainda ressaltou que a apuração pode ser concluída em prazo inferior, já que o professor admitiu ter feito as declarações em entrevistas a diversos veículos de comunicação. Se a denúncia for confirmada, poderá ser aberto um inquérito administrativo. "A punição pode ir de uma advertência verbal à exoneração", afirmou o reitor.

Manifestação

Cerca de 300 estudantes da Ufes fizeram um protesto na quarta-feira, exigindo a exoneração do professor. Em nota, o Coletivo Negrada, um dos organizadores do ato,repudiou as afirmações do docente.
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