Cinco mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acampam desde a quinta-feira (11) na frente da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Bahia, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, para cobrar do governo federal mais agilidade nos processos de desapropriação e assentamento de famílias sem-terra.
Além disso, os manifestantes pedem agilidade nas investigações da morte de um dos líderes do MST no sul do Estado, Fábio Santos Silva, assassinado com 15 tiros no dia 2, em Iguaí. A ocupação da área do CAB foi realizada após uma marcha de três dias, nos quais os manifestantes caminharam 41 quilômetros desde Camaçari, na região metropolitana de Salvador. De acordo com funcionários do Incra, a invasão foi pacífica e os trabalhos no local não foram paralisados. No mesmo dia em que os sem-terra chegaram ao local, líderes do movimento foram recebidos pelo governador Jaques Wagner (PT).
A ocupação deve durar até esta quarta-feira (17), quando está prevista uma manifestação dos sem-terra para lembrar os 17 anos do episódio conhecido como Massacre de Eldorados dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais foram assassinados no Pará. "Nossa mobilização tem os objetivos de alertar para a violência que os sem-terra sofrem e de denunciar a lentidão do programa de reforma agrária do governo federal", afirma o líder da marcha, Márcio Matos. "Ainda temos 25 mil famílias acampadas no Estado, enquanto há uma grande quantidade de terra improdutiva que poderia estar sendo usada."
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