"Muita Calma Nessa Hora", comédia de 2010 vista por 1,5 milhão de pessoas em menos de dois meses, marcou a carreira de boa parte da equipe. Foi o primeiro filme de maior visibilidade do diretor Felipe Joffily e a estreia no cinema de Bruno Mazzeo, ator e roteirista.
Marcelo Adnet, que até então só tinha feito participações sem muita repercussão, transformou um pequeno personagem numa super aparição. O quarteto protagonista, Andréia Horta, Gianne Albertoni, Fernanda Souza e Débora Lamm, também teve sua primeira boa chance na tela grande.
A sequência, que deve estrear no próximo verão, quer ir ainda mais longe na bilheteria. "Muita Calma Nessa Hora 2", cujas filmagens estão sendo finalizadas no Rio, tem Mazzeo e Adnet, hoje dois dos mais carismáticos comediantes do Brasil, em performances de maior fôlego.
Antes apenas o namorado infiel que motivava a viagem de Tita (Andreia) e as três amigas para Búzios, Mazzeo volta como o cantor de sertanejo universitário Renan, que cultiva um topete, fala "porrrrta" e se desloca pelo Rio numa limusine com estampa de oncinha (a mesma da cantora Chayene na novela Cheias de Charme). Adnet revive Augusto Henrique, o mauricinho paulistano sem noção, de sotaque e ego exagerados.
"Renan é uma mistura de todos esses cantores que a gente vê por aí. Não sei identificar quem é o Gusttavo Lima e quem são os outros", brinca Mazzeo, que não queria participar do primeiro filme, foi convencido, e, agora, pressionado pela produção a criar para si um papel maior, como forma de atrair público.
"Minha vida virou de cabeça para baixo de lá para cá. Virei vidraça, fiz novela, fiquei mais conhecido. O que eu acho importante é que o cinema brasileiro sempre sofreu preconceito do próprio brasileiro, e agora não mais. 'Minha Mãe é Uma Peça' ser visto por dois milhões de pessoas, na frente dos filmes americanos, não pode ser considerado um problema".
Os números de Mazzeo no cinema são uma baita credencial: os filmes que se seguiram a Muita Calma, Cilada.com (este também com seu nome no roteiro), E aí... Comeu? e Vai Que dá Certo, somam mais de sete milhões de espectadores. Isso sem falar na popularidade ganha com o personagem Tom Bastos, da mesma Cheias de Charme.
A despeito do declínio de sua ex-emissora, a MTV, a trajetória cinematográfica de Adnet (hoje preparando o terceiro projeto na Globo em apenas quatro meses) só prosperou nos últimos três anos. "As Aventuras de Agamenon, o Repórter" e "Os Penetras" tiveram, juntos, de 3,5 milhões de pagantes. Mas ele ainda não se sente um ator de cinema.
"Sou um comediante que faz cinema", corrige. "Estamos num momento muito forte da comédia no Brasil, a vida está tão corrida que as pessoas querem ver algo leve, ágil. Fora disso é mais difícil dar público." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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