Muitas pedras no caminho de Fernando Pimentel

Hoje em Dia
Publicado em 13/02/2014 às 06:33.Atualizado em 20/11/2021 às 15:59.

O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel está escolhendo o melhor dia para deixar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para poder se dedicar em tempo integral à conquista de votos nas eleições de outubro próximo.

Enquanto isso, os que concorrerão com o candidato do PT e da presidente Dilma Rousseff ao governo de Minas vão recolhendo estatísticas que tentarão usar contra ele, como pedras no meio do caminho.

A maior delas será, certamente, o mau desempenho da indústria brasileira nos mais de três anos em que Pimentel vem exercendo o cargo, no qual, por sua amizade com a presidente da República desde os movimentos estudantis, chegou a ser classificado como superministro.

O resultado do ano passado não foi propriamente um desastre para o ministro, pois a produção industrial cresceu 1,2% no país, embora tenha caído 1,3% em Minas. O Estado é governado desde 2003 pelo PSDB, e o PT pode tentar dividir esse mau resultado para os mineiros com o principal partido de oposição ao governo Dilma.

O maior problema é que o crescimento da produção industrial em 2013 não compensa a queda de 2,5% em 2012. No primeiro ano do ministro Pimentel, a produção cresceu apenas 0,4%. Fazendo as contas, desde o início do governo Dilma, em 2011, houve redução de 0,93% na produção das indústrias no país. Nem serve de consolo o aumento de 13,3% na produção das indústrias fabricantes de máquinas e equipamentos, em 2013, pois no ano anterior elas registraram queda de 11,8%.

O crescimento no ano passado foi provocado principalmente pela elevada produção de caminhões, depois de um ano especialmente fraco nessa indústria. Não se sabe ainda se o melhor desempenho do setor de bens de capital em 2013 sinaliza para nova onda de investimentos do setor privado.

O mais intrigante nesse fraco desempenho da indústria é que ele ocorreu apesar de tantas desonerações fiscais concedidas pelo governo para incentivar o crescimento da economia. Algumas certamente equivocadas, como o incentivo às montadoras de automóveis.

Para um candidato apoiado pelo governo Dilma, o que mais pesa negativamente, nessas estatísticas, é a taxa de emprego num setor que já foi o mais dinâmico e inovador da economia brasileira, responsável pelos melhores salários pagos aos trabalhadores. A folha de pagamento dos trabalhadores da indústria aumentou no ano passado 1,2% em Minas e na média brasileira, mas o número de pessoas empregadas diminuiu 1,2% no Estado e 1,1% no Brasil.

Pimentel assumiu responsabilidades pelo bom ou mau desempenho em três áreas muito importantes para o Brasil: desenvolvimento, indústria e comércio exterior. Por certo, explicações serão cobradas do candidato, durante a campanha eleitoral. Por que em nenhuma delas houve um grande sucesso? 

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